Livro “A Verdade Sobre Maria”
HONREMOS A MARIA
O fanatismo pode levar muitos a não prestarem honras aos que honras
merecem. Honrar significa considerar a virtude, o talento, a coragem, a
santidade ou as boas qualidades de alguém. A mulher escolhida por Deus para dar
à luz a Luz do mundo - a santa Maria - nos deixou exemplos de fé, obediência,
coragem, humildade, de amor e temor a Deus. Então, honremos a Maria porque Deus
a honrou primeiro.
Maria foi escolhida para tão nobre missão porque era
justa e reta aos olhos do Senhor.
"EIS AQUI A
SERVA D0 SENHOR. CUMPRA-SE EM
MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA." (Lucas 1.38). Este foi um exemplo de fé, obediência e
humildade que nos deixou Maria. Com estas palavras ela acatou a missão que lhe
acabara de ser anunciada pelo anjo Gabriel, ou seja, a missão de ser a mãe de
Jesus, de servir de veículo para que o Verbo se fizesse carne e habitasse entre
nós. Foi exemplo também de coragem: ela não ficou a meditar se o seu casamento
com José seria desfeito ou se José gostaria ou não; se iria compreender ou não
a sua gravidez. Ela confiou no Senhor e na Sua Palavra. Seguindo seu exemplo,
sejamos submissos à Palavra de Deus e à Sua vontade, ainda que isso nos cause
algumas dificuldades no meio em que vivemos. Que bom seria se todos dissessem:
"Cumpra-se em mim, Senhor, segundo a tua palavra".
Também Maria não
se envaideceu diante das declarações de sua prima Isabel, que lhe disse:
"Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre".
Tão logo ouviu estas palavras, dirigiu-se ao Senhor em oração: "A MINHA
ALMA ENGRANDECE AO SENHOR E O MEU ESPÍRITO SE ALEGRA EM DEUS, MEU SALVADOR,
PORQUE ATENTOU NA HUMILDADE DE SUA SERVA, POIS EIS QUE, DESDE AGORA, TODAS AS
GERAÇÕES ME CHAMARÃO BEM-AVENTURADA" (Lucas 1.39-55). Maria também não se
abalou quando um certo homem chamado Simeão, cheio do Espírito Santo,
profetizou a respeito do Menino: "Eis que é posto para queda e elevação de
muitos... e uma espada traspassará também a tua própria alma" (Lucas
2.34-35). A missão seria difícil tanto para Maria quanto para Jesus. Maria foi
uma mãe sofredora. Sofredora, porém resignada. Sofreu na apressada fuga para o
Egito, livrando Jesus das mãos de Herodes; sofreu diante das perseguições e das
ameaças com vistas a tirar a vida de seu filho; e, finalmente, sofreu
muitíssimo ao ver seu filho traído, condenado sem justa causa e morto numa
cruz.
Muitos outros
santos bíblicos são merecedores, também, de nossa admiração e honra por haverem
cumprido fielmente, com fé, obediência e humildade, os encargos que Deus lhes
confiou. Exemplo do santo Noé, homem reto e justo, que recebeu de Deus a
incumbência de anunciar o Dilúvio a uma geração depravada, e de construir uma
enorme barca. Exemplo do santo Abraão, que deixou sua cidade natal e seus parentes,
e seguiu em busca de uma terra desconhecida. Exemplo de Moisés, ao qual Deus
confiou a espinhosa missão de livrar seu povo da escravidão do Egito. Exemplo
de Josué que, atendendo ao Senhor, passou o Jordão e conquistou a Canaã
prometida. Exemplos de tantos profetas que não vacilaram em transmitir as
mensagens do Altíssimo, ainda que colocando em risco a própria vida. Exemplos
como os do santo João Batista, que pagou com sua vida por haver falado a
verdade. Exemplos dos discípulos de Jesus, que não recuaram diante das
dificuldades e das perseguições no cumprimento da elevada missão de
"pregar o Evangelho a toda criatura". E muitos foram perseguidos,
torturados e mortos.
Maria faz parte,
portanto, dessa galeria de santos que souberam cumprir com firmeza,
determinação, coragem e fé os encargos que Deus lhes confiou. Que nós, os
santos vivos, nós os santos de nossa geração, saibamos cumprir a nossa missão
como filhos de Deus, tendo como exemplo os santos do passado, tudo para honra e
glória do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
ADOREMOS O FILHO
Como vimos, honrar a Maria significa reconhecer que a sua missão aqui na Terra foi uma das mais nobres e importantes, qual seja, a missão de carregar em seu ventre, alimentar com seu sangue, amamentar e criar o nosso Redentor.
Todavia, não se
deve dispensar a Maria honrarias superiores às que ela merece. Nada podemos
fazer para aumentar a sua posição diante
de Deus. Como justo juiz, Deus não dará a Maria nada mais nada menos do que ela
merece, do que ela conquistou com sua fé, humildade e obediência. E o que ela
mais desejou foi a sua salvação, ou seja, viver com Cristo na eternidade. Maria
dedicou toda a sua vida ao cumprimento da sua honrosa missão. Ela nunca teve a
intenção de ofuscar o ministério de Jesus. E não poderia fazê-lo. Ela sabia que
a missão de Jesus era incomparavelmente superior à sua. A missão de Jesus era a
do Verbo que se fez carne para trazer aos homens, na linguagem dos homens, a
mensagem redentora do Pai.
Em momento algum
Maria avocou a qualidade de mãe de Jesus para usufruir regalias. Ela nunca
demonstrou qualquer intenção de ser alvo das atenções, de roubar a cena, de
ofuscar o Filho de Deus. Ademais, as atenções dos discípulos estavam voltadas
para o Mestre, porque dEle emanava a verdade, e nEle se via o resplendor da
glória do Pai. Não há registro na Bíblia de qualquer adoração a Maria - ou
recomendações nesse sentido - enquanto viva ou após a sua morte. Maria manteve
uma posição discreta com relação ao trabalho de Jesus. Uma única vez interferiu
no ministério de Jesus, nas bodas em Caná da Galiléia, com uma discreta
participação. Vejamos o diálogo:
"E, no
terceiro dia, fizeram-se uma bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de
Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E,
faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus:
Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse
aos empregados: "Fazei tudo quanto ele vos disser" (João 2.1-5).
Ao informar a
Jesus que acabara o vinho, Maria deixa implícito que seu filho teria condições
de resolver aquele problema. A resposta de Jesus - "que tenho eu contigo,
mulher"- não desrespeita sua mãe, não significando uma repreensão, mas é
uma recusa. Não era dos planos de Jesus iniciar a manifestação da sua glória
naquela oportunidade. Ele disse que a hora dele não havia chegado. Porém, tudo
indica que Maria continuou esperançosa de que algo poderia acontecer.
Certamente, ela voltou a falar a Jesus sobre os vexames por que passariam os
anfitriões em não havendo mais vinho para servir. Percebeu no seu coração que
Jesus estava inclinado a reavaliar sua posição. Então, segura de si, chamou os
empregados e disse: "FAZEI TUDO QUANTO ELE VOS DISSER". E o milagre
aconteceu.
Embora a mensagem
de Maria tenha sido específica para aquela ocasião, quando ela orienta os
empregados para obedecerem a Jesus, nada impede de estendermos esse apelo aos
dias atuais, ou seja, fazermos tudo de acordo com os mandamentos e ensinos de
Jesus: “Se me amarem guardarão os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e Ele
vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (João
14.15-16).
Então, para que
tenhamos o Espírito Santo, ou seja, o outro Consolador, é necessário que guardemos
os mandamentos de Jesus. E o grande mandamento de Jesus foi este: "AMARÁS
O SENHOR TEU DEUS DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA, E DE TODO O TEU
ENTENDIMENTO. ESTE É O PRIMEIRO E GRANDE MANDAMENTO. O SEGUNDO, SEMELHANTE A
ESTE É: AMARÁS O TEU PRÓXIMO COM A TI MESMO" (Mateus 22.37-39).
Se de alguma
forma quisermos, nos dias de hoje, atendermos aos apelos de Maria - "fazei
tudo quanto Ele vos disser"- estaremos na obrigação de adorar somente a
Deus e só a Ele servir. Assim, Maria está excluída de nossa adoração. Ela
própria se excluiu. Nenhum santo vivo ou falecido aceita adoração. Nem os anjos
aceitam-na. Maria ficou excluída, também, quando Jesus revelou que
"ninguém vem ao Pai se não for através de Mim" (João 14.6). Portanto,
através da mãe de Jesus ninguém chegará a Deus. Os santos falecidos ficaram de
fora quando Jesus disse que todos deveriam buscar nEle a solução para seus
problemas: "VINDE A MIM TODOS VÓS QUE ESTAIS CANSADOS E OPRIMIDOS E EU VOS
ALIVIAREI" (Mateus 11.28). Aqui, Ele não dá oportunidade para irmos a
outra pessoa viva ou falecida, a outro espírito, a outro santo que não
seja Ele, o Santo dos santos. Leia também Atos 4.12.
Conclui-se,
portanto, que a santa Maria deve ser honrada, e o seu exemplo - exemplo de fé,
obediência, amor e humildade - deve ser seguido. Ela cumpriu sua missão aqui na
Terra com bastante zelo, dedicação e confiança no Senhor. Deve ser adorada por
isso? Não. As Escrituras Sagradas não apontam nessa direção. Jesus nos ensinou
a orar ao Pai ("Pai nosso que estás nos céus"), e a adorar ao Pai
("Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás"). Convidou todos
os homens a irem a Ele, diretamente a Ele: "VINDE A MIM TODOS VÓS..."
Aqui Ele não deixa qualquer dúvida de que somente Ele pode resolver nossos
problemas, porque somente Ele, e não
Maria, recebeu autoridade e poder. Vejamos:
"Tudo me foi
entregue por meu Pai" (Lucas 10.22-A). "Ora, para que saibas que o
Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados, levanta-te, toma o
teu leito e vai para tua casa" (Mateus 9.6). "É-me dado todo o poder
no céu e na terra" (Mateus 28.18).
A santa Maria,
quando viva, recebeu os mesmos poderes outorgados por Jesus aos seus
discípulos: "Tendo convocado os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder e
autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermos" (Lucas 9.1);
"Estes sinais hão de seguir os que crerem: em meu nome expulsarão
demônios... imporão as mãos sobre enfermos, e os curarão" (Marcos
16.17-18). Observem que esses poderes foram outorgados AOS QUE CREREM. Logo,
Maria estava incluída. Ela era, obviamente, crente em Jesus. Ela poderia ter
exercido o ministério de pregação do Evangelho, ou de libertação. O Espírito
Santo estava sobre ela. Se não o fez é porque já cumprira sua missão. A dura
batalha de divulgar as boas novas ficaria para os homens, fisicamente mais
fortes. Os afazeres domésticos, a criação dos filhos, o desgaste decorrente da
crucificação de Jesus não lhe permitiriam correr mundo, viajar, enfrentar
tribulações. É óbvio que ela passou o resto de sua vida atenta aos
acontecimentos; acompanhando à distância o movimento e sofrendo com as más
notícias de prisões, perseguições e torturas por que passaram os discípulos; e
alegrando-se com as boas notícias de muitas conversões, e com o crescimento do
cristianismo.
Como vimos, só
Jesus salva, perdoa pecados, cura e liberta. Jesus veio salvar a humanidade;
colocou-se em nosso lugar na cruz; pagou o preço da remissão de nossos pecados
com Seu sangue. Foi Ele quem morreu em nosso lugar. Quem derramou sangue foi
Ele. Somente Jesus e mais ninguém. Não foi José, Benedito, Paulo, João ou
Maria. A Ele toda a honra e glória. Portanto, HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS O
NOSSO SALVADOR; HONREMOS A MARIA, MAS ADOREMOS A JESUS; HONREMOS A MÃE,
ADOREMOS O FILHO DE DEUS.
ORIGEM DA ADORAÇÃO A MARIA
A falsa adoração
a uma deusa-mãe, rainha dos céus, senhora, madona etc. teve início na antiga
Babilônia e se espalhou pelas nações até chegar a Roma. Os gregos adoravam
Afrodite; em Éfeso, a deusa era Diana; Isis era o nome da deusa no Egito. Muitos desse tipo
de adoradores "aderiram" ao catolicismo em Roma para ficarem mais
próximos do poder, haja vista que o Império Romano no século III adotou o
cristianismo como religião oficial. Então, esses "cristãos" nominais
levaram suas práticas idólatras e pagãs para a Igreja de Roma. Em vez de coibir
o abuso e conduzir os fiéis pelos caminhos da fé exclusiva em Deus, os líderes
do catolicismo romanos contemporizaram a situação: aos poucos as imagens pagãs
foram substituídas por imagens cristãs; os deuses pagãos, substituídos pelos
deuses cristãos (os santos bíblicos) e, na esteira desse sincretismo religioso,
a santa Maria surgiu como "Mãe de Deus", "Senhora",
"Sempre Virgem", "Concebida sem Pecado", "Assunta aos
céus", "Mediadora e Advogada", Co-Redentora.
A seguir, algumas
inovações dogmatizadas pela Igreja Católica Romana, aprovadas em concílios a
partir do terceiro século depois de Cristo:
Ano 270 -
Origem da vida monástica no Egito, por Santo Antonio.
Ano 320 -
Uso de velas.
Ano 370 -
Culto dos santos, professado
por Basílio de
Cesaréia e Gregório
Nazianzo.
Ano 400 -
Iniciadas as orações pelos mortos
e sinal da cruz.
Ano 431 -
Maria é proclamada “Mãe de Deus”.
Ano 500 -
Origem do Purgatório,por Gregório,o Grande.
Ano 609 -
Culto da Virgem Maria, por Bonifácio IV.
Invocação da Virgem Maria,
dos santos e
dos anjos, estabelecida por lei na Igreja
pelo Concílio de
Constantinopla.
Ano 670 -
Celebração da missa em latim, língua desconhecida do povo, pelo Papa
Gregório I.
Ano 758 -
Confissão auricular, e absolvição, estabelecida como
doutrina pelo IV
Concílio de
Latrão, em Roma.
Ano 787
- Culto das imagens ordenado
pela Igreja no II Concílio de Nicéia.
Ano 880 -
Canonização dos santos, por Adriano II.
Ano 965 - O
Batismo de Sinos.
Ano 998 -
Dia de Finados, Quaresma,jejum às sextas-feiras e na Páscoa.
Ano 1000 - Sacrifício da missa.
Ano 1074 - Instituição do celibato do Clero, por
Gregório VII.
Ano 1095 - Venda de indulgências plenárias,por Urbano
II.
Ano 1125 - As primeiras idéias sobre a Imaculada Conceição de Maria,
combatidas
por São
Bernardo.
Ano 1164 - Os Sete sacramentos, por Pedro Lombardo, no
Concílio de Trento.
Ano 1184 - A diabólica INQUISIÇÃO, chamada santa, pelo
Concílio de Verona.
Ano 1200 - O rosário,
por São Domingos.
Ano 1215 - Transubstanciação, pelo Concílio de Latrão.
Ano 1220 - A Hóstia e respectiva adoração, por
Inocêncio III.
Ano 1229 - Proibição da leitura das Bíblia aos leigos,
pelo Concílio deTolosa.
Ano 1264 - Festa do Sagrado Coração, papa Urbano IV.
Ano 1311 - Procissão do SS. Sacramento, papa João XXII.
Ano 1317 - Oração da Ave-Maria, papa João XXII.
Ano 1414 - Proibição
de vinho aos
fiéis, na Santa Comunhão, pelo
Concílio de
Basiléia,
determinando o uso do CÁLICE somente pelos sacerdotes.
Ano 1546 - Aceitação dos livros apócrifos, pelo
Concílio de Trento.
Ano 1563 - Igualdade entre a Tradição e a Palavra de
Deus, Concílio de Trento.
Ano 1854 - A Imaculada Conceição da Virgem, papa Pio
IX.
Ano 1870 - A
infalibilidade do papa, Concílio do Vaticano.
Ano 1950 -
Assunção de Maria transformado em artigo de fé.
Além desses atos, as rezas da Ave-Maria chamam-na de "Sempre
Virgem", "Rainha", "Advogada", ''Mãe de Deus",
Concebida Sem Pecado. Então, iremos examinar um por um esses títulos à luz da
verdade contida na Palavra de Deus, lembrando que a Bíblia é a única regra de
fé e prática do cristão.
A TRADIÇÃO CATÓLICA
“E assim
invalidastes, por vossa tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas, bem
profetizou Isaías, a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus
lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando
doutrinas que são mandamentos dos homens” (Mateus 15.6-9).
Segundo o
entendimento do Vaticano, a Tradição tem
valor igual à Palavra de Deus. Vejamos o que diz essa Igreja no "Catecismo
da Igreja Católica" (C.I.C.):
"Fica,
portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a
Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e
unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu
modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a
salvação das almas" (C.I.C. p. 38, # 95).
"O que
Cristo confiou aos apóstolos, estes o transmitiram por sua pregação e por
escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as gerações, até a volta
gloriosa de Cristo. A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus."
(C.I.C. p.38, # 96 e 97).
Como a Tradição é sagrada e tem autoridade igual à
Palavra de Deus, ela dá-se ao luxo de criar dogmas, inventar coisas e até ir
contra a Bíblia Sagrada. Exemplo: A Tradição diz que Maria é nossa advogada,
auxiliadora, protetora e medianeira (C.I.C. p. 274, # 969). A Bíblia diz que
"só há um Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem" (1 Timóteo 2.5). A Tradição diz que Maria é a Mãe de Deus. A Bíblia
diz que Deus é eterno, imutável, onipotente, onisciente, onipresente,
sendo, como tal, um ser incriado, não gerado; não podendo ter mãe, nem pai. Temos
de admitir que é um absurdo a declaração de que a Palavra de Deus só pode
contribuir eficazmente para a salvação das almas se atuar junto com a Sagrada
Tradição (C.I.C. p.38, # 95). Vejamos
mais:
"O encargo
de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado exclusivamente ao
Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele" (C.I.C. p. 38, # 100).
Seria o caso de
se perguntar quem foi que confiou à Igreja Católica a exclusiva missão de bem
interpretar as Escrituras? Eis aí a
razão por que essa denominação não incentiva a leitura da Bíblia entre seus
fiéis. Se os católicos não sabem, não podem e não devem interpretar a Palavra
de Deus – ainda que formados em Teologia – para que usariam a Bíblia? Vejamos o que diz a Palavra:
"Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente instruído para toda boa obra" (2 Timóteo 3.16).
"Sabendo
primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
interpretação" (2 Pedro
1.20).
Paulo recomenda o
estudo da Bíblia: "Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade" (2 Timóteo 2.15).
Jesus recomendou: "Examinai as Escrituras..." (João 5.39).
Como vimos, a Bíblia Sagrada deve ser lida, analisada,
interpretada por todos, principalmente pelos filhos de Deus, ou seja, os que se
convertem ao Senhor Jesus e são “feitos filhos de Deus” (João 1.12). Cabe às denominações cristãs orientar os
irmãos na leitura, mas nunca lhes tirar o direito ao livre exame das
Escrituras.
Analisemos os
vários títulos atribuídos a Maria, não à luz da Tradição, mas da santa e
verdadeira Palavra de Deus.
ASSUNÇÃO DE MARIA
O que diz a Tradição:
"Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos" (C.I.C. p. 273, # 966).
Contestação - “Assunção de
Maria” significa que Maria subiu ao céu em corpo e alma, levada por seu Filho.
Tal ensino não encontra amparo nas Sagradas Escrituras. É claro que a santa
Maria está no céu, lugar para onde vão todos os que morrem em Cristo. Diz o ex-padre
José Barbosa de Sena Neto, em suas "confissões": "A coisa mais espantosa dessa doutrina é
que não tem nenhuma prova bíblica".
E o ex-padre conclui: "O Papa Pio XII (que promulgou essa doutrina)
disse que "qualquer um que doravante duvide ou negue esta doutrina
apostatou totalmente da divina fé católica; isto - continua o ex-padre -
significa que é pecado mortal para qualquer católico romano recusar-se a crer
nessa fantasiosa doutrina!" A Tradição diz que Maria foi assunta ao céu de
corpo e alma, e o Senhor a elegeu Rainha do Universo. É o caso de se perguntar:
Quem viu? Quem escreveu? Onde está escrito?
Que Maria está na
glória não há dúvida, mas não que tenha ressuscitado. São incontáveis os santos
que se encontram no Paraíso, aguardando a plenitude dos tempos para
ressuscitarem num corpo espiritual (1 Tessalonicenses 4.16-17).
CONCEBIDA SEM PECADO
O que diz a Tradição:
"Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C. p. 143, # 508). "Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C. p. 139, # 493).
Contestação - As expressões
"concebida sem pecado" e "imaculada" são comuns nas rezas e
escritos romanos. O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi definido no ano
de 1854.
A única forma de
Maria ter sido gerada sem pecado seria mediante a intervenção direta do
Espírito Santo no ventre de sua mãe, tal como aconteceu com Jesus. E essa
exceção teria registro prioritário na Bíblia.
Contrariando a
Tradição, a Palavra de Deus declara de modo enfático, sem rodeios: "POIS
TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS, E SÃO JUSTIFICADOS
GRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA, PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO JESUS "
(Romanos 3.23). Como resultado da desobediência de Adão e Eva, TODOS somos
pecadores; todos herdamos a natureza pecaminosa do primeiro casal; todos fomos
atingidos pelo "pecado original". A Bíblia fala em TODOS. Todos , sem
exceção. Dos santos do Antigo Testamento (Noé, Abraão, Moisés, Josué, Davi,
Elias, Isaías, dentre outros) aos do Novo Testamento (Mateus, João, João
Batista, Paulo, Pedro, José, Maria e outros), todos pecaram e necessitaram da
graça de Deus para serem justificados. No Salmo 51.5, Davi reconhece a sua
propensão natural para o pecado: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em
pecado me concebeu minha mãe”. Maria
venceu essa natureza pecaminosa porque confiava e cria em Deus, seu Salvador
(Lucas 1.46-47).
E ainda: "PELO
QUE, COMO POR UM HOMEM ENTROU O PECADO NO MUNDO, E PELO PECADO A MORTE, ASSIM
TAMBÉM A MORTE PASSOU A TODOS OS HOMENS, PORQUE TODOS PECARAM" (Rm 5.12).
Ora, "semente gera semente da mesma espécie". Uma semente de manga
vai gerar manga. Assim acontece com a laranja, com o abacate e com as demais
frutas. Assim aconteceu com os homens. Somos da semente de Adão. Jesus foi o
único que não herdou a maldição do pecado porque Ele foi gerado pelo Espírito
Santo.
"Todos estão
debaixo do pecado. Não há um justo. Nem um sequer" (Rm 3.9c, 10). Em lugar
nenhum da Bíblia está escrito que a santa Maria foi uma exceção. Maria está
incluída no "TODOS PECARAM". A própria Maria, mãe de Jesus,
reconheceu ser pecadora, quando disse: "A minha alma engrandece ao Senhor,
e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador" (Lc 1.46-47). Ora, uma
pessoa sem mácula, sem mancha, sem pecado não precisa de Salvador. Ela declarou
que sua alma necessitava ser salva. Ela clamou pela graça salvadora de Deus,
pois "pela graça somos salvos, mediante a nossa fé" (Efésios 2.8).
De Jesus, porém,
a Bíblia diz que "Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou
engano" (1 Pedro 2.22). Jesus era humano, contudo sem pecado (2 Co 5.21; Hb 4.15; 1 Pe 3.18; 1 Jo 3.3). A
Bíblia não faz semelhante afirmação com
respeito a Maria, porquanto ela está inclusa no "Todos
pecaram". Assim diz a Palavra de Deus.
Em oposição a
essa verdade, dizem os romanistas que para gerar um ser puro - Jesus - Maria
teria que ser de igual modo pura, porque um ser impuro não poderia acolher um
ser puro. Ora, se admitido como verdadeiro e correto tal raciocínio, teríamos
de admitir que a mãe de Maria deveria ser também pura para carregar no seu
ventre uma pessoa imaculada. A avó de Maria, por sua vez, teria que ser pura.
E, nesse passo, chegaríamos ao primeiro casal Adão e Eva. E estaríamos dizendo
que a Palavra de Deus é mentirosa, quando afirma: Todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus" (Romanos 3.23; 5.12).
Vejamos mais
alguns versículos que confirmam a extensão do pecado de Adão e Eva a todos:
"Aquele que
não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos
justiça de Deus" (2 Coríntios 5.21). "Não há justo, nem sequer um" (Romanos
3.10). "Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado." (Gálatas
3.22). "Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não
peque" (Eclesiastes 7.20).
A SEMPRE VIRGEM MARIA
A Igreja de Roma
assegura que a santa Maria, mãe de Jesus, conservou-se virgem até a sua morte:
"Maria
permaneceu Virgem concebendo seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao
carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo de seu seio, Virgem sempre" (C.I.C. p. 143, # 510).
Contestação - Antes do
nascimento de Jesus, Maria e José não mantiveram relações íntimas. Nascido
Jesus, e passado o período pós-parto, o casal passou a ter uma vida normal de
marido e mulher e teve os seguintes filhos: Tiago, José, Simão, Judas e, no
mínimo, duas filhas. Esta opinião está alicerçada nos textos abaixo:
"Não é este
o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago,
José, Simão e Judas? Não estão entre nós todas as suas irmãs?" (Mateus
13.55-56; Marcos 6.3).
Corroborando essa
afirmação, lemos no mesmo livro de São Mateus:
"Estando
Maria, sua mãe (mãe de Jesus), desposada com José, antes que coabitassem,
achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu marido, sendo justo e não
querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Projetando ele isso, em
sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas
receber a Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a
sua mulher. Mas não a conheceu até que ela deu à luz um filho. E ele lhe pôs o
nome de Jesus" (Mt 1.18-20, 24-25).
A expressão "ATÉ
QUE" - "não a conheceu até que ela deu à luz um filho" -
indica um limite de tempo. Poderíamos traduzir assim: José não manteve relações
íntimas com Maria enquanto ela estava grávida de Jesus, aliás, em cumprimento à
profecia: "a virgem conceberá e dará à luz um filho ..." (Isaías
7.14). Isto é, até o nascimento de Jesus ela manteve-se virgem. Os
romanistas interpretam o texto de forma diferente. Dizem que a abstinência de
José manteve-se depois do parto de Maria.
Para mim, a expressão é clara. Veja o exemplo de uma ordem de uma mãe ao
filho: “Você deve ficar em casa até que eu volte”. Então, enquanto a mãe não
voltar, o filho ficará em
casa. A proibição
alcança o tempo em que aquela mãe
estiver fora de casa. Depois do seu retorno, o filho poderá sair de casa.
Comparativamente, enquanto não nasceu Jesus, José respeitou a virgindade de sua
mulher. Jesus realmente nasceu de uma virgem, conforme a Escritura, mas nada
prova que Maria tenha continuado virgem.
Lembremo-nos,
finalmente, de que Maria "deu à luz a seu filho primogênito..."
(Lucas 2.7a). Primogênito, segundo o Dicionário Aurélio, diz-se "daquele
que foi gerado antes dos outros, que é o filho mais velho". Jesus foi,
portanto, o filho mais velho de José e Maria, conforme Mateus 13.55-56. Já na relação Deus Pai e Deus Filho, Jesus é
chamado de unigênito, único, tal como definido em João 3.16. São Mateus não iria usar uma expressão que causasse
alguma dúvida. Se Jesus fosse o único filho, Mateus usaria certamente a
expressão UNIGÊNITO, que significa filho único, conforme diz o Dicionário
Aurélio.
Mais adiante, sob
o título “Os Irmãos de Jesus”, apresentamos uma análise mais detalhada sobre
essa questão.
A Bíblia declara que só Jesus é Mediador, Intercessor e Advogado nosso junto ao Pai . Vejamos:
"PORQUE HÁ UM SÓ DEUS, E UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS, CRISTO JESUS, HOMEM" (1 Timóteo 2.5).
"SE, PORÉM, ALGUÉM PECAR, TEMOS UM ADVOGADO PARA COM O PAI, JESUS CRISTO, O JUSTO" (1 João 2.1).
"PORTANTO, PODE TAMBÉM SALVAR PERFEITAMENTE OS QUE POR ELE SE CHEGAM A DEUS, VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER POR ELES" (Hebreus 7.25).
Além dessas afirmações inequívocas, o próprio Jesus disse: "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, SENÃO POR MIM" (João 14.6).
Não podemos passar por cima da Escritura. Devemos ser submissos à vontade soberana de Deus. Se Ele declara na Sua Palavra que Jesus é o único Advogado, Intercessor e Mediador, não há razão para acreditarmos que exista outro exercendo as mesmas funções. E se o fizermos, estaremos chamando Deus de mentiroso, dizendo que a Sua Palavra não é a expressão da verdade, e que o próprio Jesus mentiu quando revelou que ninguém iria a Deus Pai se não fosse através dEle, isto é, por Seu intermédio. Logo, não há outros intermediários entre Deus e os homens.
Jesus declarou que somente através dEle os homens teriam comunhão com Deus Pai. Logo, não chegaremos a Deus através da Santa Maria, nem por meio de qualquer outro santo. Em Hebreus 7.25, vimos que Jesus salva os que por Ele se chegam a Deus, confirmando que Cristo é verdadeiramente o caminho. Não há outro caminho. A Santa Maria não é o caminho, nem um dos caminhos. Jesus declara que Ele é O CAMINHO. Note-se o artigo definido - "o" - definindo a existência de um único caminho.
Jesus convidou todos a irem a Ele, sem intermediários:
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). Aqui, Jesus faz um convite e uma promessa. Ele não deixa chance para irmos a outros intercessores ou mediadores, ainda que seja a Santa Maria. Jesus é categórico: venham a mim, me procurem, peçam-me, busquem-me e eu resolverei seus problemas. Não há na Bíblia qualquer indicação para procurarmos os santos para o atendimento de nossas necessidades.
Ademais, Maria não ouve os pedidos a ela dirigidos. Por que ela é surda? Não. Porque ela não possui o atributo na ONIPRESENÇA. Não só ela. Os santos falecidos não são dotados da capacidade de estarem em todos os lugares ao mesmo tempo. O atributo da onipresença pertence a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo. É atributo intransferível, exclusivo da Trindade. Em meu estudo "Jesus Cristo, o Santo dos Santos", apresento dez razões para não adorarmos os santos e não dirigirmos a eles nossas súplicas. Logo, se a Santa Maria não se encontra em todos os lugares, inútil é falarmos a ela. Se porventura ela ouvisse nossas súplicas, não as poderia levar a Deus. E qual a razão? Ela estaria contrariando a palavra de Deus, que diz claramente:
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Timóteo 2.5).
De maneira nenhuma a santa Maria iria tomar a posição de Jesus. Contrariar a palavra de Deus é contrariar o próprio Deus. Vejamos: "Eu velo sobre a minha palavra, para a cumprir" (Jeremias 1.12).
Nossas ações devem ser dirigidas pelo que diz a palavra de Deus, e não pelo que os homens afirmam ou a Tradição nos ensina. Vejamos:
em Cristo Jesus. Convém
que apaguemos de nossa memória todos os ensinos, dogmas e doutrinas contrários
ao que ensina e recomenda a Bíblia. Reflita:
"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (2 Crônicas 7.14).
Vejam bem que Deus estabelece uma condição para atender aos pedidos. Ele requer humildade. Humildade significa reconhecermos que somos pó, somos pecadores e precisamos da Sua GRAÇA para sermos salvos. Ele requer oração. Orar significa falar com Deus, não apenas na hora do aperto, da aflição, da angústia, do sufoco. Falar com Ele, também, quando tudo vai bem: "Em tudo daí graças. Ele requer que busquemos a Sua face, ou seja, devemos clamar somente a Ele. Ele requer conversão dos maus caminhos. Impõe que deixemos os pecados, a idolatria, os intermediários. Conversão implica arrependimento. Sem arrependimento não há perdão; sem perdão não há salvação.
Jesus, e não Maria, é o nosso advogado, intercessor, auxiliador, ajudador:
"NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM" (Êxodo 20.3) E o segundo mandamento ainda é mais preciso, categórico, cristalino, direto, sem rodeio ou meias palavras:
"Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos." (C.I.C. p.326/327, # 1161). "A beleza e a cor das imagens estimulam minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus" (C.I.C. p.327, # 1162).
Como se vê, o
catolicismo incentiva o uso de ícones e diz que são necessários à verdadeira
adoração a Deus. Tudo contra a Palavra. Ainda bem que reconhecem que essas
coisas são decorrentes da Tradição. Mas falam de doutrina divinamente
inspirada, soprada pelo Espírito Santo. Por que o mesmo Espírito que em nós
habita, nos evangélicos, também não nos conduz ao uso de imagens? Jesus disse
que "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e
em verdade" (João 4.24). Outra proibição é
para não nos encurvarmos diante das imagens. Isto compreende: baixar a cabeça,
inclinar o corpo, tirar o chapéu, ajoelhar-se, ou qualquer outro gesto de
submissão, reverência ou respeito. A proibição "não as servirás"
compreende: não servir as imagens com lágrimas, com toques, com beijos, com
pedidos, com velas, procissão, flores, cânticos, saudações, ofertas em dinheiro
ou em alimentos; com promessas e sacrifícios; com cuidados especiais, com
jejuns e rezas. É bom não esquecermos que Jesus, na qualidade do Verbo que se
fez carne e habitou entre nós, estava presente no Monte Sinai, e escreveu o
Segundo Mandamento em tábuas de pedra, e as entregou a Moisés. "Fazei tudo
o que Ele vos disser", disse Maria aos serventes nas bodas de Caná da
Galiléia (João 2.1-5) Devemos, portanto, atender ao pedido de Maria, de
satisfazermos a Sua vontade, que é a vontade de Deus.
A palavra da Tradição:
"Maria é verdadeiramente a "Mãe de Deus", visto ser a mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus" (C.I.C. p.143, # 509).
A Bíblia nos revela, de Gênesis a Apocalipse, que Deus é o nosso Pai, o Criador de todas as coisas. A oração-modelo ensinada por Jesus começa assim: "PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS".
Todos os que aceitam a Jesus como Senhor e Salvador passam a ser filhos de Deus: "PORQUE TODOS SOIS FILHOS DE DEUS PELA FÉEM CRISTO JESUS "
(Gálatas 3.26). "Vós sois filhos do Deus vivo" (Oséias 1.10c).
Maria sempre foi temente a Deus; era justa aos olhos de Deus; creu em Jesus, nas suas palavras, na Sua morte e ressurreição. E, assim, ela foi constituída filha de Deus.
Quando Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer de novo para ver o reino de Deus, Ele não excluiu sua mãe do processo (Jo 3.3). Também, a declaração de Jesus, a seguir, confirma que sua família - mãe, pai e irmãos - necessitava de submissão a Deus e obediência à Sua Palavra para ser salva:
"Chegaram então seus irmãos e sua mãe e, estando de fora, mandaram-no chamar". A multidão estava assentada ao redor dele, e lhe disseram: "Tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora". Jesus lhes perguntou: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" Então, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Portanto, "QUALQUER QUE FIZER A VONTADE DE DEUS, ESTE É MEU IRMÃO, IRMÃ E MÃE (Marcos 3.31-35). Jesus nivelou sua mãe e seus irmãos a todos os que obedecem a Deus.
Em certa ocasião Jesus não permitiu que tivesse prosseguimento a tentativa de exaltar sua mãe. Vejamos:
A Bíblia diz que os que morreram em Cristo ressuscitarão na Sua volta, num corpo celestial e incorruptível (1 Tessalonicenses 4.16-17). Logo, de acordo com esta Palavra, a santa Maria aguarda, como todos, esse dia glorioso. Como, nesse estágio, poderia ser mãe de Deus? Por outro lado, para ser mãe de Deus a santa Maria, por óbvias razões, deveria possuir os mesmos atributos da Trindade, ou seja, ser onipresente, onisciente e onipotente, eterna e imutável. Sabemos que estes atributos são exclusivos de Deus, absolutos e incomunicáveis. Em resumo, para ser mãe de Deus ela teria que ser igual a Deus. Se admitirmos a hipótese da existência de uma mãe para Deus, seria válido esquecermos a doutrina da Santíssima Trindade e, em seu lugar, instituirmos a do Santíssimo Quarteto, assim compreendido: Deus Pai, Deus Mãe, Deus Filho e Deus Espírito Santo, o que seria uma extravagância teológica.
Deus é eterno, não teve começo, não foi gerado, e não terá fim. Deus não tem mãe, nem pai. Maria não pode ser mãe do seu Criador e Salvador. Maria não pode ser mãe do seu próprio Pai. A criatura não pode ser mãe do Criador. A santa Maria foi escolhida foi por Deus para que em seu ventre o Verbo se fizesse carne. Mas o Verbo, o Deus Filho, este sempre existiu porque eterno. O Verbo não foi gerado por Maria. Leia-se:
"EU SOU A SERVA DO SENHOR. CUMPRA-SEEM
MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA" (Lucas 1.38). Jesus disse que
"o servo não é mais do que o seu senhor" (Mt 10.24). Maria não
desejava outra coisa senão ser serva de Deus. Jamais passou por sua cabeça ser
mãe do Altíssimo. Seria completamente impossível uma mulher ser mãe, ou um
homem ser pai de Deus. Mais adiante ela declara, dando ênfase à sua condição de
serva:
"A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1.46-48). Vê-se que Maria não almejou nada mais nada menos do que se colocar na posição de serva do Senhor. E assim ela fez por toda a sua vida.
Por qual razão Jesus não exaltou as qualidades espirituais de sua mãe, sabendo Ele de antemão que ela seria aclamada por “sua” Igreja Católica Romana como Mãe do Universo, Mãe de Deus, Rainha do Céu, a Mãe dos Vivos, Intercessora, Advogada, Medianeira, Co-Redentora? Por que Jesus não dividiu Sua glória com sua mãe? Por que Jesus, durante todo o seu ministério, não nos deixou uma única revelação, uma única palavra conduzindo-nos a exaltar a sua mãe? Por que a “Mãe de Deus” não foi exaltada ou glorificada nas cartas paulinas, nas mensagens inspiradas do apóstolo Paulo? Por que a Bíblia só registra o nome de Maria no que é estritamente necessário? A existência da Mãe de Deus não deveria constituir uma das doutrinas básicas do cristianismo?
A santa e humilde Maria nunca desejou tomar o lugar do Salvador, do Filho de Deus. A sua posição foi de serva ciente de sua missão, a missão de trazer à luz a Luz do mundo, o Pão da vida, o Verbo de Deus. Até nas suas palavras a mãe de Jesus foi discreta. 0 registro mais extenso das palavras por ela pronunciadas está em Lucas 1.46-55, sob o título "O cântico de Maria." Nessa oração, como já vimos atrás, Maria se mostra muito feliz e agradecida a Deus por haver sido agraciada com tão nobre missão: "Pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Nos versículos 46 e 47, Maria se declara necessitada de salvação: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador".
Não se encontra nas Escrituras qualquer tipo de adoração a Maria, ou qualquer ensino nesse sentido. Muitas pessoas interpretam mal o título "Bem-aventurada". Uma pessoa bem-aventurada quer dizer uma pessoa feliz, ditosa e bendita. É o estado "daqueles que, por seu relacionamento com Cristo e com a sua Palavra, receberam de Deus o amor, o cuidado, a salvação e sua presença diária. O arcanjo Gabriel disse: "Bendita és tu ENTRE as mulheres", e não bendita ACIMA das mulheres. A mesma declaração foi feita por Isabel a Maria acrescentando: "... e bendito o fruto do teu ventre" (Lucas 1.42). E a própria Maria afirmou que "desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1.48b).
Jesus, no "Sermão da Montanha", chamou de "BEM- AVENTURADOS" os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça e os perseguidos por causa dele (Mateus 5.3-11). E bem-aventurada é Maria em razão da missão a ela confiada. Então, os salvos somos bem-aventurados, isto é, somos felizes porque agraciados com bênçãos de Deus. Não há a menor possibilidade de, após a nossa morte - a morte dos bem-aventurados - chegarmos à condição elevada de Senhor ou Senhora, Pai ou Mãe de todos. Vejamos o que diz a Bíblia:
"Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor"; "Amarás o Senhor teu Seus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração." (Deuteronômio 6.4-5-6). Este mandamento foi confirmado por Jesus, quando afirmou que não existia outro mandamento maior do que este (Marcos 12.30-31), porque quem ama cumpre a Lei Moral. Ora, um coração completamente cheio do amor a Deus não possui espaço para adorar outros deuses, seja "senhor" ou "senhora", ou qualquer pessoa falecida. Ademais, fazer pedidos aos mortos e acreditar que eles sejam mensageiros de Deus, faz parte da doutrina espírita.
"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor... nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses" (Josué 24.14-16). Devemos confiar no Senhor e somente a Ele dirigir nossas súplicas. Em nenhuma parte da Bíblia a santa Maria é elevada à posição de Senhora, Padroeira, Protetora ou Co-Redentora. Nenhum homem ou mulher pode, depois da morte física, receber tal sublimação. Quem morreu em nosso lugar foi Jesus, e Ele não divide sua obra redentora com mais ninguém:
"Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança" (Salmos 33.12). Daí porque não foi feliz a idéia de, por decreto, eleger Maria à posição de "Padroeira do Brasil", isto é, defensora e protetora de nosso País. Mais coerente com a nossa fé cristã, seria declararmos o que está na Bíblia, ou seja, que Deus é o nosso Senhor, Salvador, Protetor e Pai:
"Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás" (Lucas 4.8).
Vamos repetir. Jesus, respondendo a Satanás, citou o versículo 13 de Deuteronômio 6. Jesus foi categórico, direto, claro, objetivo. Ele disse que a nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus, e só a Ele devemos servir, servir com o nosso louvor, com o nosso exemplo, com a nossa fé, com nossas orações, nossas lágrimas, nossos jejuns, e obediência à Sua Palavra. Se as nossas lágrimas, súplicas e louvores forem dirigidos à santa Maria, logo estaremos em oposição à palavra do Senhor Jesus. Oposição significa desobediência; desobediência significa rebeldia; rebeldia significa
pecado, e “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23).
"Há um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos" (Hebreus 4.6). Se até aqui o leitor ainda estava em dúvida, creio que este versículo colocou as coisas no devido lugar. Como já disse, a Bíblia não fala na existência de uma "Senhora" ou de um outro "Senhor". O Deus da Bíblia é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó; o Deus que tirou seu povo da escravidão do Egito; que abriu o Mar Vermelho e o seu povo fez passar; que lhe entregou a Terra da promessa; que não está de braços cruzados, impassível, assistindo à rebeldia da humanidade. Ele é por todos.
Como vimos, a eleição da humilde serva Maria, mãe de Jesus, à posição de Senhora ou de Padroeira não encontra respaldo nas Escrituras. A nossa adoração não pode ficar dividida entre o Senhor Deus e a Senhora Maria. Não se pode "coxear entre dois pensamentos", seguir dois caminhos, ter dois senhores. Devemos aprender com Maria e declararmos que a "nossa alma exalta e engrandece ao Senhor, e que o nosso espírito se alegra porque estamos em comunhão com Jesus nosso Salvador".
A Tradição fica longe da Bíblia quando diz que em Maria há salvação. Vimos que em nenhum outro nome há salvação. (Atos 4.12). E mais: "Eu, eu Sou o Senhor, e fora de mim não há salvação” (Isaías 43.11). Leiam:
"Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6). "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o povo dos seus pecados" (Mateus 1.21).
"...E sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo" (João 4.42). Tradição insiste em afirmar:
"A Virgem Maria cooperou para a salvação humana com livre fé e obediência. Pronunciou seu "fiat" (faça-se) em representação de toda a natureza humana. Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes" (C.I.C. p. 143, # 511).
Contestação - Somente Jesus
recebeu o título de "o último Adão" na Palavra de Deus: "O
primeiro homem, Adão, foi eleito alma vivente; o último Adão, espírito
vivificante" (1 Coríntios 15.45). Nenhum registro há concedendo a Maria o
título de segunda Eva e mãe da humanidade, até porque Eva foi a mulher de Adão,
e Maria não foi a mulher de Jesus. Se
Maria fosse realmente a mãe de Deus, poderíamos dizer que ela é a nossa mãe,
assim como Deus é o nosso Pai.
"Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria e Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como rezou por si mesma: "Faça-se em mim segundo a tua palavra"(Lucas 1.38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: "Seja feita a vossa vontade" (C.I.C. p.687,# 2677).
Contestação - Maria orou na
sua existência humana e terrena, e sua oração não foi diferente das orações dos
santos de ontem e de hoje, ou seja, dando graças a Deus pela vida, pela
salvação, pelos dons, pela missão. No céu as coisas são diferentes. Ela não
pode ser intermediária ou mediadora de nossas preces porque a Palavra diz
claramente que o único Mediador é Jesus (1 Timóteo 2.5). Maria, a "humilde
serva", desejaria ser igual a Jesus em poder e glória e com Ele sentar-se
à destra do Pai? A orientação para lhe
confiarmos “nossos cuidados e pedidos” - o que sugere uma entrega total
- está totalmente em desacordo com o padrão da Palavra de Deus. Vejamos:
MEDIANEIRA, INTERCESSORA, ADVOGADA
Como diz Raimundo
F. de Oliveira, "a essência da adoração na Igreja Católica Romana não gira
em torno do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas da pessoa da Virgem Maria”.
A esse respeito vejamos o que diz a Tradição no Catecismo da Igreja Católica:
"Por isso, a
bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada,
auxiliadora, protetora, medianeira" (C.I.C. p. 274, # 969).
Contestação - Nosso
raciocínio deve ser norteado não pelo que os homens afirmam, declaram,
proclamam ou decidem. Em assuntos tais, a Bíblia é a nossa bússola, nosso guia,
nossa regra. "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que
o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra"
(2 Timóteo 3.16-17). A Bíblia declara que só Jesus é Mediador, Intercessor e Advogado nosso junto ao Pai . Vejamos:
"PORQUE HÁ UM SÓ DEUS, E UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS, CRISTO JESUS, HOMEM" (1 Timóteo 2.5).
"SE, PORÉM, ALGUÉM PECAR, TEMOS UM ADVOGADO PARA COM O PAI, JESUS CRISTO, O JUSTO" (1 João 2.1).
"PORTANTO, PODE TAMBÉM SALVAR PERFEITAMENTE OS QUE POR ELE SE CHEGAM A DEUS, VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER POR ELES" (Hebreus 7.25).
Além dessas afirmações inequívocas, o próprio Jesus disse: "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. NINGUÉM VEM AO PAI, SENÃO POR MIM" (João 14.6).
Não podemos passar por cima da Escritura. Devemos ser submissos à vontade soberana de Deus. Se Ele declara na Sua Palavra que Jesus é o único Advogado, Intercessor e Mediador, não há razão para acreditarmos que exista outro exercendo as mesmas funções. E se o fizermos, estaremos chamando Deus de mentiroso, dizendo que a Sua Palavra não é a expressão da verdade, e que o próprio Jesus mentiu quando revelou que ninguém iria a Deus Pai se não fosse através dEle, isto é, por Seu intermédio. Logo, não há outros intermediários entre Deus e os homens.
Jesus declarou que somente através dEle os homens teriam comunhão com Deus Pai. Logo, não chegaremos a Deus através da Santa Maria, nem por meio de qualquer outro santo. Em Hebreus 7.25, vimos que Jesus salva os que por Ele se chegam a Deus, confirmando que Cristo é verdadeiramente o caminho. Não há outro caminho. A Santa Maria não é o caminho, nem um dos caminhos. Jesus declara que Ele é O CAMINHO. Note-se o artigo definido - "o" - definindo a existência de um único caminho.
Jesus convidou todos a irem a Ele, sem intermediários:
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). Aqui, Jesus faz um convite e uma promessa. Ele não deixa chance para irmos a outros intercessores ou mediadores, ainda que seja a Santa Maria. Jesus é categórico: venham a mim, me procurem, peçam-me, busquem-me e eu resolverei seus problemas. Não há na Bíblia qualquer indicação para procurarmos os santos para o atendimento de nossas necessidades.
Ademais, Maria não ouve os pedidos a ela dirigidos. Por que ela é surda? Não. Porque ela não possui o atributo na ONIPRESENÇA. Não só ela. Os santos falecidos não são dotados da capacidade de estarem em todos os lugares ao mesmo tempo. O atributo da onipresença pertence a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo. É atributo intransferível, exclusivo da Trindade. Em meu estudo "Jesus Cristo, o Santo dos Santos", apresento dez razões para não adorarmos os santos e não dirigirmos a eles nossas súplicas. Logo, se a Santa Maria não se encontra em todos os lugares, inútil é falarmos a ela. Se porventura ela ouvisse nossas súplicas, não as poderia levar a Deus. E qual a razão? Ela estaria contrariando a palavra de Deus, que diz claramente:
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Timóteo 2.5).
De maneira nenhuma a santa Maria iria tomar a posição de Jesus. Contrariar a palavra de Deus é contrariar o próprio Deus. Vejamos: "Eu velo sobre a minha palavra, para a cumprir" (Jeremias 1.12).
Nossas ações devem ser dirigidas pelo que diz a palavra de Deus, e não pelo que os homens afirmam ou a Tradição nos ensina. Vejamos:
"Assim
invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus" (Mateus 15.6).
"Deixando o
mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens..." (Marcos 7.8).
"Tende
cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo"
(Colossenses 2.8).
Sei o quanto é
difícil deletar de nossa mente anos e anos de ensino contrário à palavra do
Senhor. Mas não existe outra saída para o cristão que deseja realmente reconciliar-se
com o Pai, arrepender-se de seus pecados e deixá-los, e permanecer firme na fé "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (2 Crônicas 7.14).
Vejam bem que Deus estabelece uma condição para atender aos pedidos. Ele requer humildade. Humildade significa reconhecermos que somos pó, somos pecadores e precisamos da Sua GRAÇA para sermos salvos. Ele requer oração. Orar significa falar com Deus, não apenas na hora do aperto, da aflição, da angústia, do sufoco. Falar com Ele, também, quando tudo vai bem: "Em tudo daí graças. Ele requer que busquemos a Sua face, ou seja, devemos clamar somente a Ele. Ele requer conversão dos maus caminhos. Impõe que deixemos os pecados, a idolatria, os intermediários. Conversão implica arrependimento. Sem arrependimento não há perdão; sem perdão não há salvação.
Jesus, e não Maria, é o nosso advogado, intercessor, auxiliador, ajudador:
"Assim, com
confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu auxílio; não temerei" (Hebreus 13.6). "Certamente Deus é o meu ajudador"
(Salmos 54.4). "O Senhor é o meu auxílio..." (Hebreus 13.6). "Jesus, o Mediador de uma nova aliança..." (Hebreus 12.24). "Meus Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se,
porém, alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
justo" (1 João 2.1).
Aqui a confirmação de que dentre os homens só existiu um justo, Jesus.
Nada devemos
pedir à santa Maria, nem a qualquer outro santo. Os santos falecidos nada podem
fazer por nós. As suas imagens, as imagens de escultura que os representam,
também nada podem fazer em nosso benefício. Não podemos esquecer de que somente
JESUS pode mediar no céu em nosso favor. Não há outro. Se houvesse, Deus
revelaria. O primeiro mandamento de Deus é direto, taxativo, claro, objetivo,
sem circunlóquio: "NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM" (Êxodo 20.3) E o segundo mandamento ainda é mais preciso, categórico, cristalino, direto, sem rodeio ou meias palavras:
“Não farás para
ti imagens de escultura, nem semelhança nenhuma do que há em cima nos céus...
não te encurvarás a elas nem as servirás...”(Êxodo 20.4).
Deus proíbe o uso de imagens com semelhança do que há nos
céus. Quem está nos céus? Está Deus
(Pai, Filho e Espírito Santo), os anjos e os santos. Logo, não se deve usar
imagens de Jesus, nem de qualquer pessoa falecida que, por sua fé em Deus,
esteja na glória.
A Tradição pensa diferente:
"Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos." (C.I.C. p.326/327, # 1161). "A beleza e a cor das imagens estimulam minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus" (C.I.C. p.327, # 1162).
MÃE DE DEUS
Imaginei de
início que o titulo "Mãe de Deus" atribuído à humilde mãe de Jesus
fosse apenas uma demonstração de carinho. Com o passar dos anos, notei que se
tratava de algo mais sério. Muitas crianças, jovens e adultos estão convictos
de que Maria é a Mãe de Deus. Sei que estas palavras escritas não alcançarão a
massa de 30 milhões de analfabetos, 30 milhões de alfabetizados, mais 30
milhões que não desejam confrontar suas
tradições e crenças com a verdade. Apresentaremos alguns
argumentos com vistas a deixar bem claro que Deus não tem mãe, e que por haver
sido mãe de Jesus, homem, Maria não é mãe de Deus. A palavra da Tradição:
"Maria é verdadeiramente a "Mãe de Deus", visto ser a mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus" (C.I.C. p.143, # 509).
"Por isso o
Concílio de Éfeso proclamou, em 431, que Maria se tornou de verdade Mãe de Deus
pela concepção humana do Filho de Deus em seu seio" (C.I.C. p.131, # 466).
"Denominada
nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (Jo 2.1; 19.25). Maria é aclamada,
sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a
Mãe de meu Senhor" (Lc 1.43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do
Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a
carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima
Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus" (C.I.C. p. 140. # 495).
Contestação - A Bíblia causa
uma certa inquietação e até temor. O temor do confronto. A Palavra, como um
espelho, coloca às claras nossas imperfeições, rugas, pecados. E, em face
disso, somos movidos a tomar uma decisão. Desprogramar de nossa mente o que foi
armazenado durante cinco séculos é tarefa árdua. Bom para muitos é deixar
rolar, na onda do "me engana que eu gosto". A Bíblia nos revela, de Gênesis a Apocalipse, que Deus é o nosso Pai, o Criador de todas as coisas. A oração-modelo ensinada por Jesus começa assim: "PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS".
Todos os que aceitam a Jesus como Senhor e Salvador passam a ser filhos de Deus: "PORQUE TODOS SOIS FILHOS DE DEUS PELA FÉ
Maria sempre foi temente a Deus; era justa aos olhos de Deus; creu em Jesus, nas suas palavras, na Sua morte e ressurreição. E, assim, ela foi constituída filha de Deus.
Quando Jesus disse a Nicodemos que era necessário nascer de novo para ver o reino de Deus, Ele não excluiu sua mãe do processo (Jo 3.3). Também, a declaração de Jesus, a seguir, confirma que sua família - mãe, pai e irmãos - necessitava de submissão a Deus e obediência à Sua Palavra para ser salva:
"Chegaram então seus irmãos e sua mãe e, estando de fora, mandaram-no chamar". A multidão estava assentada ao redor dele, e lhe disseram: "Tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora". Jesus lhes perguntou: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" Então, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Portanto, "QUALQUER QUE FIZER A VONTADE DE DEUS, ESTE É MEU IRMÃO, IRMÃ E MÃE (Marcos 3.31-35). Jesus nivelou sua mãe e seus irmãos a todos os que obedecem a Deus.
Em certa ocasião Jesus não permitiu que tivesse prosseguimento a tentativa de exaltar sua mãe. Vejamos:
"Dizendo Ele
estas coisas, uma mulher dentre a multidão levantou a voz, e lhe disse:
Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste! Mas Jesus
respondeu: Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam." (Lucas
11.27-28).
Muito mais
bem-aventurados são os que obedecem a Deus, disse Jesus. Para defender sua
Tradição, os líderes romanistas agarram-se à seguinte fala de Isabel a Maria:
"De onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?" (Lucas
1.43). Ora, está claro e evidente que a parenta de Maria não estava se
referindo ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó; ao Deus de Israel, ao nosso Deus,
nosso Pai celestial, nosso Senhor. Seria até hilariante, se não fosse assunto
tão sério, imaginar que Isabel estivesse ali saudando Maria como mãe de Deus.
Isabel reconheceu Maria como a mãe do Messias tão esperado. As palavras de
Simeão e de Ana, no templo, também tiveram este mesmo significado (Lucas
2.25-38). O Deus Filho que
se fez carne sempre existiu.A Bíblia diz que os que morreram em Cristo ressuscitarão na Sua volta, num corpo celestial e incorruptível (1 Tessalonicenses 4.16-17). Logo, de acordo com esta Palavra, a santa Maria aguarda, como todos, esse dia glorioso. Como, nesse estágio, poderia ser mãe de Deus? Por outro lado, para ser mãe de Deus a santa Maria, por óbvias razões, deveria possuir os mesmos atributos da Trindade, ou seja, ser onipresente, onisciente e onipotente, eterna e imutável. Sabemos que estes atributos são exclusivos de Deus, absolutos e incomunicáveis. Em resumo, para ser mãe de Deus ela teria que ser igual a Deus. Se admitirmos a hipótese da existência de uma mãe para Deus, seria válido esquecermos a doutrina da Santíssima Trindade e, em seu lugar, instituirmos a do Santíssimo Quarteto, assim compreendido: Deus Pai, Deus Mãe, Deus Filho e Deus Espírito Santo, o que seria uma extravagância teológica.
Deus é eterno, não teve começo, não foi gerado, e não terá fim. Deus não tem mãe, nem pai. Maria não pode ser mãe do seu Criador e Salvador. Maria não pode ser mãe do seu próprio Pai. A criatura não pode ser mãe do Criador. A santa Maria foi escolhida foi por Deus para que em seu ventre o Verbo se fizesse carne. Mas o Verbo, o Deus Filho, este sempre existiu porque eterno. O Verbo não foi gerado por Maria. Leia-se:
"No
princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele... e o Verbo
se fez carne e habitou entre nós, e vemos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (João 1.1-3, 14).
Esta é uma afirmação da eternidade de Jesus: Ele estava
no princípio, esteve presente na Criação, estava com Deus, é Deus. Logo, um ser humano finito e limitado
(Maria) não poderia gerar um ser eterno, divino, infinito e ilimitado. A
Tradição confirma a eternidade de Jesus, quando diz que Maria é a Mãe do Filho
Eterno de Deus. Ora, o eterno não é gerado e não cabe na vida finita de um ser
que precisou ser gerado.
Vejamos as
palavras de Maria: "EU SOU A SERVA DO SENHOR. CUMPRA-SE
"A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1.46-48). Vê-se que Maria não almejou nada mais nada menos do que se colocar na posição de serva do Senhor. E assim ela fez por toda a sua vida.
Por qual razão Jesus não exaltou as qualidades espirituais de sua mãe, sabendo Ele de antemão que ela seria aclamada por “sua” Igreja Católica Romana como Mãe do Universo, Mãe de Deus, Rainha do Céu, a Mãe dos Vivos, Intercessora, Advogada, Medianeira, Co-Redentora? Por que Jesus não dividiu Sua glória com sua mãe? Por que Jesus, durante todo o seu ministério, não nos deixou uma única revelação, uma única palavra conduzindo-nos a exaltar a sua mãe? Por que a “Mãe de Deus” não foi exaltada ou glorificada nas cartas paulinas, nas mensagens inspiradas do apóstolo Paulo? Por que a Bíblia só registra o nome de Maria no que é estritamente necessário? A existência da Mãe de Deus não deveria constituir uma das doutrinas básicas do cristianismo?
SENHORA, PADROEIRA E CO-REDENTORA
A santa e humilde Maria nunca desejou tomar o lugar do Salvador, do Filho de Deus. A sua posição foi de serva ciente de sua missão, a missão de trazer à luz a Luz do mundo, o Pão da vida, o Verbo de Deus. Até nas suas palavras a mãe de Jesus foi discreta. 0 registro mais extenso das palavras por ela pronunciadas está em Lucas 1.46-55, sob o título "O cântico de Maria." Nessa oração, como já vimos atrás, Maria se mostra muito feliz e agradecida a Deus por haver sido agraciada com tão nobre missão: "Pois olhou para a humildade da sua serva. Desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Nos versículos 46 e 47, Maria se declara necessitada de salvação: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador".
Não se encontra nas Escrituras qualquer tipo de adoração a Maria, ou qualquer ensino nesse sentido. Muitas pessoas interpretam mal o título "Bem-aventurada". Uma pessoa bem-aventurada quer dizer uma pessoa feliz, ditosa e bendita. É o estado "daqueles que, por seu relacionamento com Cristo e com a sua Palavra, receberam de Deus o amor, o cuidado, a salvação e sua presença diária. O arcanjo Gabriel disse: "Bendita és tu ENTRE as mulheres", e não bendita ACIMA das mulheres. A mesma declaração foi feita por Isabel a Maria acrescentando: "... e bendito o fruto do teu ventre" (Lucas 1.42). E a própria Maria afirmou que "desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lucas 1.48b).
Jesus, no "Sermão da Montanha", chamou de "BEM- AVENTURADOS" os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça e os perseguidos por causa dele (Mateus 5.3-11). E bem-aventurada é Maria em razão da missão a ela confiada. Então, os salvos somos bem-aventurados, isto é, somos felizes porque agraciados com bênçãos de Deus. Não há a menor possibilidade de, após a nossa morte - a morte dos bem-aventurados - chegarmos à condição elevada de Senhor ou Senhora, Pai ou Mãe de todos. Vejamos o que diz a Bíblia:
"Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor"; "Amarás o Senhor teu Seus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração." (Deuteronômio 6.4-5-6). Este mandamento foi confirmado por Jesus, quando afirmou que não existia outro mandamento maior do que este (Marcos 12.30-31), porque quem ama cumpre a Lei Moral. Ora, um coração completamente cheio do amor a Deus não possui espaço para adorar outros deuses, seja "senhor" ou "senhora", ou qualquer pessoa falecida. Ademais, fazer pedidos aos mortos e acreditar que eles sejam mensageiros de Deus, faz parte da doutrina espírita.
"Eu e a minha casa serviremos ao Senhor... nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses" (Josué 24.14-16). Devemos confiar no Senhor e somente a Ele dirigir nossas súplicas. Em nenhuma parte da Bíblia a santa Maria é elevada à posição de Senhora, Padroeira, Protetora ou Co-Redentora. Nenhum homem ou mulher pode, depois da morte física, receber tal sublimação. Quem morreu em nosso lugar foi Jesus, e Ele não divide sua obra redentora com mais ninguém:
"E não há
salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome,
dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (Atos 4.12). "Eu sou o Senhor; este é o meu nome! A minha glória a outrem não a
darei, nem o meu louvor às imagens de escultura" (Isaías
42.8).
Mas, pela palavra
da Tradição, Maria cooperou na obra do Salvador e hoje, no céu, é instrumento
de salvação:
"Mas seu
papel em relação à Igreja e a toda a humanidade vai mais longe. De modo
inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para
restauração da vida sobrenatural das almas" (C.I.C. p. 273, # 968). "Assunta aos céus, não abandonou
este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a
alcançar-nos os dons da salvação eterna" (C.I.C. p. 274, # 969).
Entenda-se como
"múnus salvífico" a função de
salvar, de Co-Redentora. "Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança" (Salmos 33.12). Daí porque não foi feliz a idéia de, por decreto, eleger Maria à posição de "Padroeira do Brasil", isto é, defensora e protetora de nosso País. Mais coerente com a nossa fé cristã, seria declararmos o que está na Bíblia, ou seja, que Deus é o nosso Senhor, Salvador, Protetor e Pai:
"Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás" (Lucas 4.8).
Vamos repetir. Jesus, respondendo a Satanás, citou o versículo 13 de Deuteronômio 6. Jesus foi categórico, direto, claro, objetivo. Ele disse que a nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus, e só a Ele devemos servir, servir com o nosso louvor, com o nosso exemplo, com a nossa fé, com nossas orações, nossas lágrimas, nossos jejuns, e obediência à Sua Palavra. Se as nossas lágrimas, súplicas e louvores forem dirigidos à santa Maria, logo estaremos em oposição à palavra do Senhor Jesus. Oposição significa desobediência; desobediência significa rebeldia; rebeldia significa
pecado, e “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23).
"Há um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos" (Hebreus 4.6). Se até aqui o leitor ainda estava em dúvida, creio que este versículo colocou as coisas no devido lugar. Como já disse, a Bíblia não fala na existência de uma "Senhora" ou de um outro "Senhor". O Deus da Bíblia é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó; o Deus que tirou seu povo da escravidão do Egito; que abriu o Mar Vermelho e o seu povo fez passar; que lhe entregou a Terra da promessa; que não está de braços cruzados, impassível, assistindo à rebeldia da humanidade. Ele é por todos.
Como vimos, a eleição da humilde serva Maria, mãe de Jesus, à posição de Senhora ou de Padroeira não encontra respaldo nas Escrituras. A nossa adoração não pode ficar dividida entre o Senhor Deus e a Senhora Maria. Não se pode "coxear entre dois pensamentos", seguir dois caminhos, ter dois senhores. Devemos aprender com Maria e declararmos que a "nossa alma exalta e engrandece ao Senhor, e que o nosso espírito se alegra porque estamos em comunhão com Jesus nosso Salvador".
A Tradição fica longe da Bíblia quando diz que em Maria há salvação. Vimos que em nenhum outro nome há salvação. (Atos 4.12). E mais: "Eu, eu Sou o Senhor, e fora de mim não há salvação” (Isaías 43.11). Leiam:
"Eu sou o caminho e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6). "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o povo dos seus pecados" (Mateus 1.21).
"...E sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo" (João 4.42). Tradição insiste em afirmar:
"...Maria,
por um vínculo indissolúvel está unida à obra salvífica de seu Filho: em Maria
a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto de redenção..." (C.I.C. p. 300, # 1172).
MÃE DOS VIVOS
A palavra da Tradição: "A Virgem Maria cooperou para a salvação humana com livre fé e obediência. Pronunciou seu "fiat" (faça-se) em representação de toda a natureza humana. Por sua obediência, tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes" (C.I.C. p. 143, # 511).
DEPOSITÁRIA DE PRECES
A palavra da Tradição:"Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria e Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como rezou por si mesma: "Faça-se em mim segundo a tua palavra"(Lucas 1.38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: "Seja feita a vossa vontade" (C.I.C. p.687,# 2677).
"Vinde a mim
todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). "Lança o teu cuidado sobre o
Senhor, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado" (Salmo
55.22). "Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me
glorificarás" (Salmo 50.15). "Orareis assim: Pai nosso que
estás nos céus..." (Mateus 6.9). “Confia no Senhor e faze o bem...deleita-te no Senhor, e ele te concederá
o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele
tudo fará; descansa no Senhor e espera nele” (Salmo 37.3-7).
Se houvesse uma única oração na Bíblia dirigida a Maria,
poderíamos até acreditar nesse ensino. Mas não há. Atos dos Apóstolos foi escrito por volta do ano 63 depois de
Cristo; e o apóstolo Paulo escreveu suas cartas (aos romanos, aos coríntios,
aos tessalonicenses, etc) mais ou menos no mesmo período. Todavia, não há
nesses escritos qualquer referência a Maria, na qualidade de “depositária de
preces”, ou qualquer indicação, por menor que seja, no sentido de confiarmos a
ela nossos cuidados.
A Bíblia nos ensina a quem devemos confiar nossas
súplicas.. Vejam:
“Não andeis
ansiosos de coisa alguma, em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as
vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça” (Filipenses
4.6). “Invoca-me no dia da angústia; eu
te livrarei, e tu me
glorificarás” (Salmo 50.15).
Portanto, devemos confiar no que diz a Palavra de Deus.
As pessoas falecidas, ainda que estejam na glória, não são detentoras de
poderes para livrar-nos do mal, para nos socorrer na angústia, para perdoar
pecados.
TRONO DE SABEDORIA
A palavra da Tradição:
“É neste sentido
que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação a Maria, os mais belos
textos sobre Sabedoria. Maria é decantada e representada na Liturgia como o “trono da Sabedoria” (C.I.C. p. 209, # 721).
Contestação - A Bíblia diz que a sede da Sabedoria é Deus. Vejamos: “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça a Deus, que a todos dá liberalmente, e não censura, e ser-lhe-á dada”
(Tiago 1.5). “A sabedoria que vem do
alto é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade,e sem hipocrisia” (Tiago 3.17).
“Com Deus está a sabedoria e a força” (Jó 12.13). “Os mais belos textos sobre
Sabedoria relacionada a Maria” não se encontram na Bíblia Sagrada.
Nenhum espírito humano pode se igualar a Deus em
sabedoria, poder, graça e amor. A Tradição fala que Maria é o “trono da
Sabedoria”, talvez desejando afirmar que ela, sendo “Rainha do Céu”, deva também possuir esse título. Tiago não sabia disso, pois nos orientou a
pedirmos sabedoria a Deus. Como se vê, as intenções da Tradição não encontram amparo nas Sagradas Escrituras.
RAINHA DO UNIVERSO
A palavra da Tradição:
“Finalmente, a
Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado
o curso da vida terrestre, foi assunta de corpo e alma à glória celeste. E para
que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor
do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo”. (C.C. p. 273, #
966).
Contestação - Nada do que foi dito acima bate, como já analisado, com a Bíblia. Ao
afirmar que Maria detém a posição de Rainha do Universo, a Tradição admite que
ela é Rainha de Todas as Coisas.
Lamentavelmente, o Catecismo Católico não cita uma só passagem bíblica
que confirme essa declaração. Deus não
divide a sua glória com ninguém. Vejam o
que está escrito na Bíblia a respeito da adoração a uma falsa deusa, chamada de
“Rainha dos Céus”:
“Os filhos
apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para
fazerem bolos à rainha dos Céus; e oferecem libações a outros deuses, para
me provocarem à ira” (Jeremias
7.18).
Ora, eles faziam isso em nome da Tradição. Vejam:
“... Queimaremos
incenso à deusa chamada Rainha dos Céus e lhe ofereceremos libações, como nós e
nossos pais, nossos reis e nossos príncipes temos feito...”(Jeremias 44.17).
A Bíblia ensina que honra e glória pertencem ao Senhor:
“Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e
força, e honra, e glória, e ações de graças”
(Apocalipse 5.12). O nome que
está exaltado é o de Jesus, não é o da “Rainha do Universo”. Vejam: “Pelo que
também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo
nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na
terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor,
para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.9-10).
Portanto, só devemos dobrar nossos joelhos para adorar ao Rei dos reis e
Senhor dos senhores.
MODELO DE SANTIDADE
A palavra da Tradição:
“Da Igreja [o cristão] recebe a graça dos
sacramentos, que o sustenta ”no caminho”. Da Igreja aprende o exemplo de
santidade; reconhece a figura e a fonte (da Igreja) em Maria, a Virgem Santíssima” (C.I.C.
p.534, # 2030).
Contestação – O nosso maior modelo de santidade
é Jesus. Vejamos: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para a vossa alma” (Mateus 11.29). “Porque eu vos dei o
exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também”(João 13.15). “Porque para isto sois chamados, pois também
Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas”
(1 Pedro 2.21). “Aquele que diz que está nele [em Jesus] também deve andar como
ele andou” (1 João 2.6). Devemos ser santos porque Deus é santo, e não porque
Maria é santa: “Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto vós vos consagrareis e
sereis santos, porque eu sou santo...” (Levíticos 11.44). Leia também 1 Pedro 1.15-16. Maria clamou
por salvação e se declarou pecadora quando fez a seguinte oração: “A minha alma
engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus MEU SALVADOR ”
(Lucas 1.46-47, realce do autor). O apóstolo Paulo confirmou a necessidade de
salvação de Maria, quando registrou: “Pois TODOS pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” (Romanos 3.23). Logo, uma pecadora não pode ser modelo de
santidade, como não o foram Pedro, João, Mateus, Lucas, Elias, e tantos outros.
ORANDO DE ACORDO COM A PALAVRA
As orações mentirosas não são agradáveis a Deus.
Mentirosas são as orações que não estão em consonância com a Sua Palavra.
Vejamos alguns exemplos:
1)
Se nossos pedidos são dirigidos a Maria, ou a qualquer santo, estamos
dizendo que a oração do “PAI NOSSO”, ensinada por Jesus, não é correta ou está
incompleta. Então, a nossa posição é de
rebeldia, de desobediência. Todas as
orações registradas na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, são dirigidas a Deus.
Não há um só pedido feito ao santo Noé, santo Moisés, santo Isaías, são Pedro,
ou a qualquer outro. Deus quer que
busquemos a Ele. Vejam: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei
coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jeremias 33.3); “Vinde a mim todos os
que estás cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). “Deus é galardoador dos que O buscam”
(Hebreus 11.6).
2)
Quando chamamos a santa Maria de Advogada, Intercessora ou Mediadora, estamos declarando que a palavra de Deus é
mentirosa. A Bíblia declara que só Jesus é
Advogado, Mediador e Intercessor
entre Deus e os homens (1 Timóteo 2.5; 1 João 2.1; Hebreus 7.25). Além disso,
temos a declaração do próprio Jesus, em João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Somente Jesus morreu numa cruz pela redenção da Humanidade .Por isso a
posição de Medidor é dele e não pode ser dividida com mais ninguém.
3)
Se em nossas orações dissermos que Maria foi “concebida sem pecado”, também
estaremos duvidando da Palavra. Em Romanos 3.23 está dito que “Todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus”. A
única pessoa não gerada em pecado, porque gerada pelo Espírito Santo, foi Jesus
Cristo. As demais – Pedro, Paulo, José,
Maria e todos nós – herdaram a natureza pecaminosa da semente de Adão e Eva. A
Palavra é cristalina, objetiva e direta.
E seguindo esse raciocínio, podemos detectar onde estamos pecando por
discordar da Bíblia Sagrada.
4)
Se fizermos repetidamente a mesma
oração, dezenas de vezes, estaremos
desobedecendo ao Senhor, que disse para não usarmos de “vãs repetições”, como fazem os pagãos, “que pensam que, por muito
falarem, serão ouvidos” (Mateus 6.7-13). Quando estamos falando com Deus, isto
é, quando estamos orando, não devemos ficar preocupados em contar quantas vezes
a mesma oração foi repetida. A oração deve ser espontânea, livre de fórmulas,
de forma a expressar o que sentimos em nossos corações.
A ADORAÇÃO DA MÃE E DO FILHO
Extraímos do livro “Babilônia: A Religião dos Mistérios”,
de Ralph Woodrow, o seguinte a respeito desse assunto:
“Um dos exemplos mais destacados de como o paganismo
babilônico tem continuado até nossos dias pode ser visto na maneira como a
igreja romanista inventou a adoração a Maria para substituir a antiga adoração
à deusa-mãe”.
“A história da mãe e do filho foi largamente conhecida na
antiga BABILÔNIA e desenvolveu-se até ser uma adoração estabelecida. Numerosos
monumentos da Babilônia mostram a
deusa-mãe Semíramis com seu filho Tamuz nos braços. Quando o povo da Babilônia
foi espalhado para as várias partes da terra, levaram consigo a adoração da mãe
divina e de seu filho. Isto explica porque muitas nações adoravam uma mãe e um
filho – de uma forma ou de outra – séculos antes do verdadeiro Salvador, Jesus
Cristo, ter nascido neste mundo. Nos vários países onde este culto se espalhou,
a mãe e o filho foram chamados por diferentes nomes pois, relembramos, a
linguagem foi confundida em Babel”.
“Os chineses tinham uma deusa-mãe chamada Shingmoo ou
Santa Mãe. Ela é representada com um filho nos braços e raios de glória ao
redor da cabeça. Os antigos germanos adoravam a virgem Hertha com o filho nos
braços. Os escandinavos a chamavam de Disa, que também era representada com um
filho. Os etruscos chamavam-na de
Nutria, e entre os druidas a Virgo-Patitura era adorada como a “Mãe de Deus”.
Na Índia, era conhecida como Indrani, que também era representada como o filho
nos braços”.
“A deusa-mãe era conhecida como Afrodite ou Ceres pelos
gregos; Nana, pelos sumérios; e como Vênus ou Fortuna, pelos seus devotos nos
velhos dias de Roma, e seu filho como Júpiter. Por várias eras, Ísis, a “Grande
Deusa” e seu filho Iswara, têm sido adorados na Índia, onde templos foram
erigidos para sua adoração. Na Ásia, a mãe era conhecida como Cibele e o filho
como Deoius. “Mas, a despeito de seu nome ou lugar”, diz um escritor, “ela foi
a esposa de Baal, a virgem rainha dos céus, que ficou grávida, sem jamais ter
conhecido varão”.
“Quando os filhos de Israel caíram em apostasia, eles
também foram enganados por esta adoração da deusa-mãe. Como lemos em Juízes
2.13: “Eles deixaram ao Senhor e
serviram a Baal e a Astarote”. Astarote ou Astarte era o nome pelo qual a deusa
era conhecida pelos filhos de Israel. É penoso pensar que aqueles que haviam
conhecido o verdadeiro Deus, o abandonassem e adorassem a mãe pagã. Ainda assim
era exatamente o que faziam repetidamente (Juízes 10.6; 1 Samuel 7.3-4; 12.10;
1 Reis 11.5; 11 Reis 23.13). Um dos títulos pelos quais a deusa era conhecida
entre eles era o de “rainha dos
céus”(Jeremias 44.17-19). O profeta
Jeremias repreendeu-os por adorarem, mas eles se rebelaram contra sua
advertência”.
“Em Éfeso, a grande mãe era conhecida como Diana. O
templo dedicado a ela, naquela cidade, era uma das sete maravilhas do mundo
antigo. Não somente em Éfeso, mas em toda a Ásia e em todo o mundo a deusa era
adorada (Atos 19.27). No Egito, a mãe era conhecida como Ísis e seu filho como
Horus. É muito comum os monumentos religiosos do Egito mostrarem o infante
Horus sentado no colo de sua mãe”.
“Esta falsa adoração, tendo se espalhado da Babilônia
para diversas nações, com diferentes nomes e formas, finalmente estabeleceu-se
em Roma e em todo o Império Romano. Diz um notável escritor com relação a este
período: a adoração da grande mãe foi
muito popular sob o Império Romano. Inscrições provam que os dois (a mãe
e o filho) recebiam honras divinas, não somente e especialmente em Roma, mas
também nas províncias, especialmente na África, Espanha, Portugal, França,
Alemanha, e Bulgária”.
“Foi durante esse período quando o culto da mãe divina
foi muito destacado, que o Salvador, Jesus Cristo, fundou a verdadeira Igreja
do Novo Testamento. Que gloriosa Igreja ela foi naqueles dias primitivos! Pelo
terceiro e quarto século, contudo, o que era conhecido como a “igreja” havia,
em muitas maneiras abandonado a fé original, caindo em apostasia a respeito do
que os apóstolos haviam avisado. Quando essa “queda” veio, muito paganismo foi
misturado com o cristianismo. Pagãos não convertidos eram tomados como
professos na igreja e em numerosas ocasiões tinham a permissão de continuar
muitos dos seus rituais e costumes pagãos – usualmente com umas poucas reservas
ou mudanças, para fazer suas crenças parecerem mais semelhantes à doutrina
cristã”.
“Um dos melhores exemplos de tal transferência do
paganismo pode ser visto na maneira como a igreja professa permitiu que o culto
da grande mãe continuasse - somente um
pouquinho diferente na forma - com um
novo nome! Veja você, muitos pagãos
tinham sido trazidos para o cristianismo, mas tão forte era sua adoração pela
deusa-mãe, que não a queriam esquecer. Líderes da igreja comprometidos viram
que, se pudessem encontrar alguma semelhança no cristianismo com a adoração da
deusa-mãe, poderiam aumentar consideravelmente o seu número. Mas, quem poderia
substituir a grande mãe do paganismo? É
claro que Maria, a mãe de Jesus, pois era a pessoa mais lógica para eles
escolherem. Ora, não podiam eles
permitir que as pessoas continuassem suas orações e devoções a uma deusa-mãe,
apenas chamando-a pelo nome de Maria, em lugar dos nomes anteriores pelos quais
era conhecida? Aparentemente foi esse o
raciocínio empregado, pois foi exatamente o que aconteceu! Pouco a pouco, a
adoração que tinha sido associada com a mãe pagã foi transferida para Maria”.
“Mas a adoração a Maria não fazia parte da fé cristã
original. É evidente que Maria, a mãe de Jesus, foi uma mulher excelente,
dedicada e piedosa – especialmente escolhida para levar em seu ventre o corpo
de nosso Salvador – mesmo assim nenhum dos apóstolos nem mesmo o próprio Jesus
jamais insinuou a idéia da adoração a Maria. Como afirma a Enciclopédia Britânica, durante os
primeiros séculos da igreja, nenhuma ênfase, fosse qual fosse, era colocada
sobre Maria. Este ponto é admitido pela The Catholic Encyclopedia também:
‘A devoção a Nossa Bendita Senhora, em última análise, deve ser olhada como uma
aplicação prática da doutrina da Comunhão dos Santos. Vendo que esta doutrina não está contida,
pelo menos explicitamente, nas formas primitivas do Credo dos Apóstolos, não há
talvez qualquer campo para surpresa de não descobrirmos quaisquer traços
claros do culto da Bendita Virgem nos
primeiros séculos cristãos, sendo o culto de Maria um desenvolvimento
posterior”.
“Não foi até o tempo de Constantino – a primeira parte do
quarto século – que qualquer um começou a olhar para Maria como uma deusa.
Mesmo neste período, tal adoração foi combatida pela igreja, como é evidente
pelas palavras de Epifânio (403 d.C.) que denunciou alguns da Trácia, Arábia, e
qualquer outro lugar, por adorarem a Maria como uma deusa e oferecerem bolos em
seu santuário. Ainda assim, dentro de apenas uns poucos anos mais, o culto a
Maria foi apenas ratificado pela que conhecemos hoje como a Igreja Católica,
mas tornou-se uma doutrina oficial no Concílio de Éfeso em 431” . “Em Éfeso? Foi nessa cidade que Diana tinha saído adorada
como a deusa da virgindade e da fertilidade desde os tempos primitivos!
Dizia-se que ela representava os primitivos poderes da natureza e foi assim
esculpida com muitos seios. Uma coroa em forma de torre, símbolo da torre de
Babel, adornava sua cabeça”.
“Quando as crenças são por séculos conservadas por um
povo, elas não são facilmente esquecidas. Assim sendo, os líderes da igreja em
Éfeso – quando veio a apostasia – também raciocinaram que se fosse permitido às
pessoas conservarem suas idéias a respeito de uma deusa-mãe, se isto fosse
misturado com o cristianismo e o nome de Maria fosse colocado no lugar, eles
poderiam ganhar mais convertidos. Mas este não era o método de Deus. Quando
Paulo veio para Éfeso nos dias primitivos, nenhum compromisso foi feito com o
paganismo. As pessoas eram realmente convertidas e destruíram seus ídolos (Atos 19.24-27). Quão trágico que a igreja
em Éfeso, em séculos posteriores, se comprometesse e adotasse uma forma de
adoração à deusa-mãe, tendo o Concílio de Éfeso finalmente transformado isto em
uma doutrina oficial”.
“Uma posterior indicação que o culto a Maria passou a
existir partindo do antigo culto à deusa-mãe, pode ser visto nos títulos que
são atribuídos a ela. Maria é freqüentemente chamada de “A Madona”. De acordo
com Hislop, esta expressão é a tradução de um dos títulos pelos quais a deusa
babilônica era conhecida. Em forma deificada, Nimrode veio a ser conhecido como
Baal. O título de sua esposa, a divindade feminina, seria o equivalente a
Baalti. Em português, esta palavra significa “minha Senhora”; em Latim, “Meã Domina”, e em Italiano, foi corrompida
para a bem conhecida “Madona”. Entre os
fenícios, a deusa-mãe era conhecida como
“A Senhora do Mar”, e até mesmo este título é aplicado a Maria – embora
não exista qualquer conexão entre Maria e o mar!”
“As escrituras tornam claro que existe apenas um mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1 Tm 2.5). Ainda assim o
catolicismo romano ensina que Maria também é uma “mediadora”. As orações para
ela formam uma parte muito importante no culto católico. Não existe base escriturística para esta
idéia, embora este conceito não fosse estranho às idéias ligadas à
deusa-mãe. Ela trazia como um dos seus
títulos “Milita”, que é a “Mediatrix”,
“Medianeira”, ou “Mediadora”.
“Maria é freqüentemente chamada “rainha dos céus”. Mas
Maria, a mãe de Jesus, não é a rainha dos céus. “A rainha dos céus” foi um
título da deusa-mãe que foi adorada séculos antes de Maria ter ao menos
nascido. Bem antes, nos dias de
Jeremias, o povo estava adorando a
“rainha dos céus” e praticando rituais que eram sagrados para ela. Como
lemos em Jeremias 7.18-20: “Os filhos
apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para
se fazerem bolos à rainha dos céus”.
“Um dos títulos pelos quais Ísis era conhecida era a “mãe
de Deus”. Mais tarde este mesmo título foi aplicado a Maria pelos teólogos de
Alexandria.Maria era, é claro, a mãe de Jesus, mas somente no sentido de sua
natureza humana, sua humanidade. O significado original de “mãe de Deus” ia
além disto; acrescentava uma posição glorificada à MÃE e a igreja católica da mesma maneira
foi muito ensinada a pensar assim a respeito de Maria”.
“A imagem da deusa-mãe com o filho nos braços estava tão
firmemente gravada na mente pagã quando vieram os dias da apostasia que, de
acordo com um escritor, a antiga imagem de Ísis e do filho Horus foi finalmente
aceita, não somente na opinião popular, mas, por sanção episcopal formal, foi
aceita como a imagem da Virgem e do seu filho. Representações de Ísis e do seu
filho foram freqüentemente colocadas em uma moldura de flores. Esta prática
também foi aplicada a Maria, como aqueles que tem estudado arte medieval bem o
sabem”.
“Astarte, a deusa fenícia da fertilidade, era associada
com a lua crescente. A deusa egípcia da fertilidade, Ísis, era representada
como estando de pé sobre a lua crescente com estrelas rodeando sua cabeça. Nas
igrejas católicas romanas por toda a Europa podem ser vistas pinturas de Maria
exatamente da mesma maneira!”
“De numerosas maneiras, líderes da apostasia tentaram
fazer Maria parecer semelhante às deusas do paganismo e exaltá-la a um plano
divino. Uma vez que os pagãos tinham estátuas da deusa, assim também estátuas
eram feitas de “Maria”. Diz-se que em alguns casos as mesmas estátuas que
tinham sido adoradas como Ísis (com seu filho) simplesmente ganharam outro
nome, como de Maria e Cristo menino. “Quando o cristianismo triunfou”, diz um
escritor, “estas pinturas e figuras tornaram-se as figuras da madona e do filho
sem qualquer quebra de continuidade: nenhum arqueólogo, de fato, pode agora
dizer se alguns desses objetos representam uma ou outra”.
‘Muitas dessas figuras renomeadas foram coroadas e
adornadas com jóias – exatamente da mesma maneira das imagens das virgens
hindus e egípcias. Mas Maria, a mãe de Jesus,não era rica (Lucas 2.24;Levíticos
12.87). De onde, então, vieram essas jóias e coroas que são vistas nestas
estátuas que supostamente são dela?”
“Através de compromissos – alguns muito óbvios, outros
mais ocultos – a adoração da antiga mãe continuou dentro da “igreja” da
apostasia, misturada, com o nome de Maria sendo substituto dos antigos nomes”.
Continuamos destacando alguns pontos contidos no livro
“Babilônia: a Religião dos Mistérios”, de Ralph
Woodrow.
ADORAÇÃO A MARIA
“Talvez a prova mais destacada que a adoração a Maria foi
decorrente do velho culto da deusa-mãe pagã, possa ser vista no fato que na
religião pagã a mãe era tão (ou mais)
adorada do que seu filho. Isto fornece uma chave importante para ajudar-nos a
resolver o mistério da Babilônia hoje. O verdadeiro cristianismo ensina que o
Senhor Jesus – e somente ELE – é o caminho, a verdade, e a vida; que somente
ELE pode perdoar pecados; que somente ELE de todas as criaturas da terra, viveu uma vida sem qualquer mancha de pecado;
e ELE é que tem que ser adorado – nunca sua mãe. Mas, o catolicismo romano –
mostrando a influência que o paganismo tem tido em seu desenvolvimento – de
muitas maneiras também exalta a MÃE”.
“Alguém pode viajar o mundo inteiro, e seja numa
imponente catedral seja na capela de um vilarejo, a estátua de Maria sempre
ocupará posição de destaque.
Recitando-se o Rosário, a “Ave-Maria” é repetida nove vezes mais do que
a “Oração do Senhor”. Os católicos são
ensinados que a razão para rezarem para Maria é que ela pode levar a petição
para seu filho, Jesus; e desde que ela é sua mãe, ele responderá ao pedido por
causa dela. A inferência é que Maria é mais compassiva, compreensiva e
misericordiosa do que seu filho Jesus. Certamente isto é contrário às
Escrituras. Ainda assim, esta idéia tem sido freqüentemente repetida nos
escritos católicos”.
“Um notável escritor, Alfonso de Liguori, católico,
escreveu extensamente, dizendo quão mais eficiente são as orações dirigidas a
Maria do que as que são dirigidas a Jesus Cristo. Liguori, incidentalmente, foi
canonizado como um “santo” pelo papa Gregório XIV em 1839 e foi declarado “doutor” da igreja católica
pelo papa Pio IV. Em uma porção dos seus
escritos, ele descreveu uma cena imaginária na qual um homem pecador viu duas
escadas suspensas do céu. Maria estava no topo de uma;Jesus no topo da outra.
Quando o pecador tentou subir por uma das escadas, viu o rosto irado de Cristo
e caiu vencido.. Mas, quando subiu a escada de Maria, subiu com facilidade e
foi abertamente recebido por Maria que o levou ao céu e apresentou-o a
Cristo. Daí em diante tudo estava bem. A
história tinha a intenção de mostrar quão mais fácil e mais eficiente é ir a
Cristo através de Maria”.
Interrompo aqui a transcrição referida para lembrar que
ainda hoje é ensinado que através de Maria as coisas são mais fáceis. Tenho
lido e ouvido, inclusive em programas televisivos, a frase: “TUDO COM JESUS. NADA SEM MARIA”. Esse extravagante ditado declara que Maria é
tudo, e que sem ela não teremos Jesus. Isto confirma que o catolicismo na sua
essência não mudou em nada.
Os terços continuam sendo rezados da mesma forma, dando maior
destaque à figura de Maria e deixando em segundo plano o Filho, aquele que
derramou seu sangue para remissão de pecados. Entretanto, e graças a Deus, as
pessoas estão despertando para as verdades bíblicas. Todos os dias neste Brasil
um grande número de religiosos dá um passo à frente, aceita Jesus como único
Senhor, Salvador, e Mediador, e passa a declarar: “Tudo posso naquele que me
fortalece”.
Continuemos:
“O mesmo escritor disse que o pecador que se aventurar a
ir diretamente a Cristo poderá enfrentar o terror de sua ira. Mas, se ele rezar
para a Virgem, ela terá apenas de “mostrar” ao filho “os peitos que o
amamentaram” e sua ira será imediatamente amenizada. Tal raciocínio está em
conflito direto com um exemplo escriturístico.”Bem-aventurado o ventre que te
trouxe”, disse uma mulher a Jesus, “e os peitos em que mamaste!” Mas Jesus respondeu, “Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra
de Deus e a guardam” (Lucas 11.27-28).
“Tentativas posteriores de exaltar Maria a uma posição
glorificada dentro do catolicismo podem ser observadas na doutrina da
“imaculada conceição”. Esta doutrina foi pronunciada e definida por Pio IX em
1854 – que a Bendita Virgem Maria “no
primeiro instante de sua concepção...foi preservada isenta de toda mancha do
pecado original”. Este ensinamento pode
parecer que é apenas um esforço posterior de fazer Maria parecer ainda mais com
a deusa do paganismo, pois nos antigos mitos, a deusa foi criada como tendo uma
concepção sobrenatural. As histórias variam, mas todas falam de acontecimentos sobrenaturais em conexão com sua
entrada no mundo, que ela era superior
aos demais mortais, que era divina Pouco a pouco, de modo que os ensinamentos a
respeito de Maria não parecessem inferiores aos da deusa-mãe, foi necessário
ensinar que a entrada de Maria neste mundo envolveu também um elemento
sobrenatural”.
“A doutrina de que Maria nasceu sem a mancha do pecado
original é escriturística? Respondemos
isto nas palavras da própria The Catholic Encyclopedia: “Nenhuma prova direta, ou categórica e
estrita do dogma pode ser encontrada nas Escrituras”. É indicado, antes, que estas idéias foram um desenvolvimento
gradual dentro da igreja”.
“Bem aqui deveria ser explicado que esta é uma talvez a
única diferença básica entre o entendimento que a Igreja Católica tem do
cristianismo e o que revela a posição geral do protestantismo. A Igreja
Católica Romana, como ela mesma afirma, tem há muito crescido e se desenvolvido
ao redor de um grande número de tradições e idéias manipuladas por padres da
igreja através dos séculos, até mesmo crenças trazidas do paganismo, se elas
pudessem ser “cristianizadas” e também das Escrituras. Conceitos de todas estas fontes tem sido misturados
e desenvolvidos, para finalmente tornarem-se dogmas em vários concílios da
igreja. Por outro lado, o ponto de vista que a Reforma Protestante procurou
reviver, foi um retorno às verdadeiras escrituras como uma base mais sólida
para a doutrina, com pouca ou nenhuma ênfase sobre as idéias que se
desenvolveram nos séculos seguintes”.
“Indo diretamente às Escrituras, não somente não existe
qualquer prova para a idéia da imaculada conceição de Maria, como existe
evidência do contrário. Apesar de ter
sido um vaso escolhido do Senhor, uma mulher virtuosa e piedosa – uma virgem –
ela foi tão humana como qualquer outro membro da família de Adão. “Todos pecaram e destituídos estão da glória
de Deus” (Rm 3.23), sendo a única exceção o próprio Jesus Cristo. Como qualquer outra pessoa, Maria precisou de
um salvador e admitiu isto plenamente quando disse: Ë o meu espírito se alegra
em Deus meu SALVADOR” (Lc 1.47)”.
“Se Maria necessitou de um salvador, ela não era em si
mesma uma salvadora. Se necessitou de um
salvador, então precisou ser salva, perdoada, e redimida – assim como os
outros. O fato é que a divindade de nosso Senhor não dependia de sua mãe ser
algum tipo de pessoa exaltada ou divina. Em lugar disto, Ele foi divino porque
foi o unigênito filho de Deus. Sua divindade veio de Seu Pai celestial”.
“A idéia que Maria era superior aos outros seres humanos
não foi o ensinamento de Jesus. Certa vez alguém mencionou sua mãe e seus
irmãos. Jesus perguntou: “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?”Em seguida,
estendendo sua mão na direção dos seus discípulos, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos! Pois QUALQUER UM que fizer a vontade do meu
Pai que está nos céus, o mesmo é meu irmão, e irmã, e MÃE” (Mt 12.46-50).
Plenamente o bastante, qualquer um que fizer a vontade de Deus está, em um
sentido definido, no mesmo nível de Maria”.
“Cada dia católicos no mundo inteiro recitam a Ave Maria,
o Rosário, o Ângelus, as Litanias da Bendita Virgem, e outras rezas
semelhantes. Multiplicando o número dessas orações, vezes o número de católicos
que as recitam a cada dia, alguém tem calculado que Maria teria que escutar
46.296 petições por segundo! Obviamente
ninguém a não ser Deus mesmo poderia fazer isto. Não obstante, os católicos
acreditam que Maria escuta todas essas orações; e assim sendo, por uma questão
de necessidade, tiveram que exaltá-la ao nível divino – seja escriturístico ou
não!”
“Tentando justificar a maneira pela qual Maria tem sido
exaltada, alguns tem citado as palavras de Gabriel a Maria, “Bendita sois entre
as mulheres” (Lucas 1.28). Porém Maria sendo “bendita entre as mulheres” não
podem fazer dela uma pessoa divina, pois muitos séculos antes disto, uma bênção
semelhante foi pronunciada sobre Jael, de quem foi dito: “Bendita acima das
mulheres será Jael, esposa de Heber, o Quenita...” (Juízes 5.24)”.
“Antes do Pentecostes, Maria reuniu-se com os outros
discípulos esperando pela promessa do Espírito Santo.Lemos que os
apóstolos “todos continuaram de um só
acordo em oração e súplicas, com mulheres, e Maria, a mãe de Jesus, e seus
irmãos” (Atos 1.14). Os discípulos não estavam olhando para Maria naquela
ocasião. Eles estavam olhando para seu CRISTO ressuscitado e elevado aos céus,
esperando que ele derramasse sobre eles o dom do Espírito Santo”.
“Tentativas posteriores para glorificar Maria podem ser
vistas na doutrina católica romana da virgindade perpétua. Este é o ensinamento
que Maria permaneceu virgem por toda a sua vida. Mas, como o explica a The
Encyclopedia Britannica, a doutrina da virgindade perpétua de Maria não foi
ensinada até uns trezentos anos após a ascensão de Cristo. Não foi antes do
Concílio de Calcedônia em 451 que esta fabulosa qualidade ganhou o
reconhecimento oficial de Roma”.
“De acordo com as Escrituras, o nascimento de Jesus foi o
resultado de concepção sobrenatural (Mt
1.23), sem um pai terrenal. Mas, após Jesus ter nascido, Maria deu à luz a
outros filhos – os rebentos naturais de sua união com José, seu marido.Jesus
foi o “primogênito” filho de Maria (Mt 1.25); não diz que ele foi seu único
filho. Jesus sendo seu filho primogênito pode inferir que mais tarde ela teve
um segundo filho, possivelmente um terceiro, etc. Que tal foi o caso parece
aparente, pois os nomes dos quatro irmãos são mencionados: Tiago, José, Simão e
Judas (Mt 13.55). Irmãs também são mencionadas. As pessoas de Nazaré disseram:
“...e suas irmãs, não estão todas entre nós?”(versículo 56). A palavra “irmãs”
é plural,pelo que ficamos sabendo que Jesus teve pelo menos duas irmãs e
provavelmente mais, pois este versículo fala de “todas” as suas irmãs.
Usualmente se estamos nos referindo a somente duas pessoas, diríamos “ambas”,
não todas elas”
“As Escrituras dizem: “José não a conheceu até que ela
deu a luz ao seu filho primogênito: e ele chamou seu nome JESUS (Mt 1.25). José
“não a conheceu” até que Jesus nasceu,
mas depois disto,Maria e José uniram-se como marido e mulher e filhos foram,
nascidos deles. A idéia de que José
conservou Maria como uma virgem toda a sua vida é claramente não
escriturística”.
“Durante os tempos da apostasia, como se para mais
intimamente identificar Maria com a deusa-mãe, alguns ensinaram que o corpo de
Maria jamais viu corrupção, que ela ascendeu corporalmente aos céus, e é agora
a “rainha dos céus”. Não foi até este presente século,contudo, que a doutrina
da “assunção de Maria foi oficialmente proclamada como doutrina romana. Foi em 1951 que o papa
Pio XII proclamou que o corpo de Maria não viu corrupção, mas foi tomado para
os céus”.
“As palavras de São Bernardo resumem a posição católica
romana: “Ao terceiro dia após a morte de Maria, quando os apóstolos se reuniram
ao redor da sua tumba, eles a encontraram
vazia. O corpo sagrado tinha sido levado para o Paraíso
Celestial... o túmulo não teve qualquer poder sobre aquela que fora imaculada...Mas
não foi o bastante que Maria fosse recebida nos céus. Ela não era para ser
qualquer cidadã comum... ela teve uma dignidade além da alcançada até pelo mais
alto dos arcanjos. Maria teve que ser coroada Rainha dos Céus pelo Pai eterno:
ela teve que ter um trono à mão direita do seu Filho... Agora, dia a dia, hora
a hora, ela está rogando por nós, obtendo graças por nós, preservando-nos do
perigo, escudando-nos contra a tentação, derramando bênçãos sobre nós”.
“Todas estas idéias a respeito de Maria estão ligadas à
crença que ela ascendeu corporalmente aos céus. Mas, a Bíblia não diz
absolutamente nada a respeito da assunção de Maria. Ao contrário, João 3.13
diz: ”Ninguém subiu aos céus, a não ser aquele que desceu dos céus, o Filho do
homem que está nos céus” – o próprio Jesus Cristo. ELE é aquele que está à mão
direita de Deus; ELE é único que é nosso Mediador; ELE é único que derrama
bênçãos sobre nós – não sua mãe!”.
“Intimamente ligado à idéia de rezar para Maria, está um
instrumento chamado rosário. Ele consiste de uma cadeia com quinze conjuntos de
pequenas contas, cada conjunto marcado por uma conta maior, nas extremidades da
qual está um crucifixo. As contas no rosário são para contar as rezas – rezas
que são repetidas sempre e sempre. Embora
este instrumento seja largamente utilizado dentro da igreja católica romana,
está claro que ele não é de origem cristã. Ele tem sido conhecido em muitos
países”.
“A The Catholic Encyclopedia diz: “Em quase todos
os países, então, encontramo-nos com algo na natureza de contas de oração ou
contas de rosário”. Continua até citar um número de exemplos,incluindo uma
escultura da antiga Nínive,mencionada por Layard, de duas mulheres com asas,
rezando diante de uma árvore sagrada, cada uma segurando um rosário. Por
séculos, entre os maometanos, uma corrente de contas consistindo de 33, 66, ou
99 contas tem sido usada para contar os nomes de Alá. Marco Pólo, no século
treze, ficou surpreso de encontrar o rei de Malabar usando um rosário de pedras
preciosas para contar suas orações. São Francisco Xavier e seus companheiros
ficaram igualmente atônitos em ver que os rosários eram universalmente
familiares aos budistas do Japão”.
“Entre os fenícios um círculo de contas parecendo um
rosário era usado no culto a Astarte, a deusa-mãe, em torno de 800 a .C. Este rosário é visto
em algumas moedas fenícias mais recentes. Os brâmanes desde tempos primitivos
têm usado rosários com dezenas e centenas de contas. Os adoradores de Vishnu
dão aos seus filhos rosários de 108 contas.
Um rosário semelhante é usado por milhões de budistas na Índia e no
Tibete. O adorador de Shiva usa um rosário sobre o qual repete, se possível,
todos os 1.008 nomes do seu deus”.
“Contas para contagem de orações eram conhecidas na
Grécia Asiática. Tal era o propósito,de acordo com Hislop, do colar visto na
estátua de Diana. Ele também indica que em Roma certos colares usados por
mulheres eram para contagem de orações memorizadas, a monila, significando “recordação”. A oração mais freqüentemente
repetida, que é a principal do rosário, é a “Ave Maria”, que é assim: “Ave
Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre
todas as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre,Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores,
agora e na hora der nossa morte, Amém”.
A The Catholic Encyclopedia diz: “Não existe qualquer traço da Ave Maria como uma fórmula
devocional aceita antes de 1050” . O rosário completo envolve a repetição da
Ave Maria 53 vezes, a oração do Senhor 6 vezes, 5 mistérios, 5 meditações sobre
os mistérios, 5 glórias ao Pai,e o Credo Apostólico”.
“Observe que a oração para Maria, a Ave Maria, é repetida
quase NOVE vezes mais do que a oração do Senhor. É uma oração composta pelos homens e dirigida
a Maria, nove vezes mais importante ou eficiente do que a oração ensinada por Jesus e dirigida a
Deus? Aqueles que adoram a deusa Diana
repetem uma frase religiosa várias vezes – “...todos unanimemente levantaram a
voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios”
(Atos 19.34). Jesus falou a respeito de orações repetidas como sendo uma
práticas dos pagãos. “Quando orares”
disse Ele, “não useis de vãs repetições como o fazemos gentios (ou pagãos);
pois eles pensam que por muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis pois a
eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes”
(Mt 6.7-13). Nesta passagem Jesus claramente disse aos seus seguidores para NÃO
ficar repetindo várias vezes uma pequenina oração. É significativo observar que
foi logo após dar esta advertência, no próprio próximo versículo, que Ele
disse: “Vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus...”e deu aos discípulos
a que nos referimos como ä Oração do
Senhor”. Jesus deu esta oração como um
oposto ao tipo de oração dos pagãos. Ainda assim os católicos romanos são
ensinados a repetir várias vezes esta oração.
Se esta oração não era para ser repetida várias vezes, quão menos uma
pequenina oração feita por homens para Maria!
Parece-nos que memorizar orações, em seguida repeti-las várias vezes
enquanto conta as contas de um rosário, poderia facilmente tornar-se mais
um “teste de memória” do que uma
espontânea expressão de oração vinda do coração”.
Comentários
Como a verdade é uma só, o que vimos acima ratifica com
riqueza de detalhes os termos do
presente trabalho, relativamente à refutação
aos vários títulos atribuídos pela Igreja Católica à humilde mãe de
Jesus; esclarece a origem da adoração à “deusa-mãe” e abre-nos o entendimento
para compreendermos o porquê de tantos descaminhos; enfim, oferece subsídios a
quantos desejem examinar os dois lados – a palavra da Bíblia e a palavra da
Tradição – para tirar suas próprias
conclusões.
AS IMAGENS DE MARIA E O SEGUNDO MANDAMENTO
“Não
farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos
céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não re
encurvarás a elas nem as servirás” (Êxodo 20.4-5).
“Não farás para
ti” – Entende-se a posse do objeto quando destinado ao culto, à homenagem,
à prece, à veneração. Deus não condena
as obras de arte, escultura ou pintura de valor histórico e cultural.
“Nem alguma semelhança do que há em cima nos
céus” – Não encontramos diferenças relevantes de tradução nas
versões consultadas. A proibição não
alcança apenas as imagens dos deuses, mas diz respeito, também, ao que existe
nos céus: A Trindade (Pai, Filho,
Espírito Santo), os anjos e os salvos em Cristo. Logo ,
estátuas de Jesus, dos santos apóstolos,
de Maria, e de quantos, pelo nosso julgamento, estejam no céu, não devem ser
objeto de culto.
“Não te encurvarás a elas” -
Deus proíbe qualquer atitude de reverência ou respeito, tais como
inclinar respeitosamente o corpo ou ajoelhar-se diante das imagens; prostrar-se
com o rosto no chão; tocá-las; beijá-las; levantar os braços em atitude de
adoração; tirar o chapéu; ficar em pé
diante delas em estado contemplativo. Enfim, Deus proíbe fazer qualquer gesto
com o corpo que expresse admiração, contemplação, fé, devoção, homenagem, reverência.
“Não as servirás”
- Não servi-las com flores, velas,
cânticos, coroas, festas, procissões,
lágrimas, alegria, rezas, vigílias, doações, homenagens, devoção, sacrifícios,
incenso. Não lhes devotar fé,
confiança, zelo, amor, cuidados. Não alimentar expectativas de receber delas
amparo, curas e proteção. Não colocá-las
em lugar de destaque, em redoma ou em
lugares altos.
A Igreja de Roma
reconhece a proibição, mas decide por
não acatá-la, como adiante:
“O mandamento divino incluía a proibição de toda
representação de Deus por mão do homem. O Deuteronômio explica: “Uma vez que
nenhuma forma vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horebe, do meio do
fogo, não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de
ídolo...”(Dt 4.15-16)... No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou
permitiu a instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação por
meio do Verbo encarnado, como são a serpente de bronze, a Arca da Aliança e os
querubins. Foi fundamentando-se no
mistério do Verbo encarnado que o sétimo Concílio ecumênico, em Nicéia (em
787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones : os de Cristo,
mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Ao se encarnar, o
Filho de Deus inaugurou uma nova “economia ”das imagens. O culto cristão das
imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, “a honra prestada a uma imagem se
dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem venera a pessoa que nela
está
pintada. A honra prestada às santas imagens é uma “
veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só compete a Deus. O culto às
imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus.
Não contraria o primeiro mandamento” (C.I.C.
p. 560-562, # 2129-2132, 2141).
Analisando
as explicações acima
a)
“O
mandamento divino INCLUÍA a representação de toda representação de Deus por
mãos do homem”.
O mandamento divino
incluía? Não, o mandamento inclui, está vigente. A cruz não aboliu as Dez
Palavras. As leis cerimoniais sim, foram abolidas. O Decálogo é, no varejo, o
que Jesus disse no atacado: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento”, e “Amarás o teu próximo como
a ti mesmo” (Mateus 22.35-40; Deuteronômio 6.5; 10.12; 30.6; Levítico 19.18).
Num coração cheio do amor de Deus e do amor a Deus não há espaço para a
adoração de pessoas ou de coisas. Em Mateus 5.17, Jesus afirma: "Não cuideis que vim
destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir" (ARC) ou:
"Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim acabar com eles, mas
para dar o seu sentido completo." (BLH). A seguir Jesus exemplifica o novo
sentido à lei: se pensar em matar, já pecou e descumpriu a lei; se pensar em
adulterar, já pecou.
b) “No entanto, Deus ordenou... a serpente de bronze, a Arca da Aliança, os
querubins”...
A Arca da Aliança e os querubins passaram.
Eles faziam parte de cerimônias e símbolos instituídos por Deus, de
acordo com sua infinita sabedoria e soberana vontade, para melhor conduzir o povo em sua fé. Agora,
vindo Cristo, temos “um maior e mais
perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por
sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue...” (Hebreus 9.11).
A serpente de bronze - Este
símbolo tão zelosamente defendido pela Igreja de Roma foi um remédio específico para um mal
específico numa situação especial
(Números 21.7-9). Agora, já não precisamos de figuras para nossos males físicos e espirituais. Como disse João Ferreira de
Almeida, “o poder vivificante da serpente de metal prefigura a morte
sacrificial de Jesus Cristo, levantado que foi na cruz para dar vida a todos
que para Ele olharem com fé”. O próprio Jesus assim se manifestou: “E, como
Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja
levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (João 3.14-15). Deus não recomendou o culto, a homenagem ou a veneração
à serpente. Por isso, o rei Ezequias,
temente e reto aos olhos do Senhor,
destruiu-a ao perceber que o povo lhe prestava culto (2 Reis 18.4).
Ademais, não se vê em Atos dos
Apóstolos qualquer indício de uso de figuras, ícones ou imagens destinados a facilitar a
compreensão e conduzir os fiéis à salvação.
Com relação a símbolos e
cerimônias do Antigo Testamento, devemos considerar que em Cristo estamos sob a
égide de uma Nova Aliança ou Novo Testamento firmada em Seu sangue (1 Coríntios
11.25). Logo, “dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi
tornado velho e se envelhece perto está de acabar” (Hebreus 8.13). Devemos observar que a idéia
de fazer imagens e querubins foi de Deus, e não de Moisés. Com relação a nós,
Deus proíbe terminantemente o uso de imagens. É Deus que nos proíbe, que nos
condena. Os querubins estavam no propiciatório - espécie de lâmina retangular de ouro - sobre a Arca da Aliança que era guardada no lugar santíssimo do Tabernáculo (Êxodo
25.17-22).O acesso a esse lugar, só uma vez por ano, era restrito ao Sumo Sacerdote (Êxodo 25.17-22; 40.13; Hebreus 9.7). Ao povo
não era permitido ver os querubins ou adorá-los. Aos fiéis não foi permitido reproduzir
as imagens da serpente e dos querubins
para serem veneradas.
c)
“... o sétimo Concílio ecumênico, em Nicéia
(em 787), justificou... o culto dos ícones : os de Cristo, mas também os da Mãe
de Deus, dos anjos e de todos os santos. O culto cristão das imagens não é
contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, “a honra
prestada a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem
venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é
uma “veneração respeitosa”, e não uma
adoração, que só Não contraria o primeiro mandamento”.
Ora, se o
mandamento proíbe o culto aos ídolos, então o culto aos ídolos é
proibido. Desculpem-me os leitores pelo óbvio. Portanto, o culto às imagens contraria o
mandamento. Se contraria, é pecado cultuá-las. O Concílio de Nicéia justificou,
mas são justificativas de homens. A Palavra é o padrão. A tradição deverá
ajustar-se à Palavra. A honra ao modelo original via imagem parte de uma premissa falsa, porque as imagens não são em sua grande maioria
cópias fiéis dos originais, exemplos de Jesus, Maria, José e dos santos
apóstolos. Seus traços físicos não foram revelados nem por fotografias nem por
pinturas. Jeremias foi direto: “Suas imagens são mentira” (Jr 10.14).
d)
“A honra prestada às santas
imagens é uma “ veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só compete a
Deus”.
Venerar:
“Tributar grande respeito a; render culto a, reverenciar”; Culto: “Adoração ou homenagem à
divindade em qualquer de suas formas, e em qualquer religião”. Adorar: “Render culto a (divindade); reverenciar, venerar, idolatrar”
(Dicionário Aurélio). Como se vê, é muito tênue a linha entre honrar, venerar,
adorar e prestar culto. Vejamos o que
Deus afirma: “Eu sou o Senhor. Este é o meu nome. A minha glória a outrem não a
darei, nem a minha honra às imagens de escultura” (Isaías 42.8). Na Bíblia
Linguagem de Hoje: Eu sou o
Deus Eterno: este é o meu nome, e não permito que as imagens recebam o louvor
que somente eu mereço." Na Bíblia Ecumênica, católica: “Eu sou o Senhor,
este é o meu nome: eu não darei a outrem a minha glória, nem consentirei que se
tribute aos ídolos o louvor que só a mim pertence”.
Dizer
que o culto a Maria e à sua imagem esculpida é apenas uma veneração, não condiz
com a realidade. Há um descompasso
enorme entre o discurso e a prática. Não pode ser negado o que é público e
notório. Maria é realmente adorada como Rainha dos Céus, Senhora, Padroeira,
Protetora, Mãe dos Vivos, Mãe da Igreja, Mãe de Deus, etc. E isso constitui
pecado. Jesus disse e está escrito em Mateus 4.10: “Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a ele servirás”. E o primeiro mandamento diz: “Não terás outros
deuses diante de mim” (Êxodo 20.3).
Maria foi constituída a PROTETORA do Brasil e, especificamente, de muitas
cidades brasileiras (Nossa Senhora de Aparecida, Nossa Senhora de Santana,
Nossa Senhora do Ó, etc). Parece até que, para os romanistas, a evangelização
via Maria se torna mais fácil do que pregando Cristo ressuscitado. Não foi essa
a via utilizada pelos apóstolos nas primeiras pregações. Eles não endeusavam os
santos, mas apresentavam Jesus, o Santo dos santos, como o único caminho.
Façamos de conta que o culto a Maria e à sua imagem
esculpida é apenas uma respeitosa admiração.
Ora, essa veneração se manifesta de vários modos, por exemplo: as
imagens de Maria são tocadas, beijadas, coroadas; levadas em procissão; diante delas os fiéis
se ajoelham, choram e fazem pedidos;
imagens da santa, cópias ou originais, percorrem os estados brasileiros
para serem homenageadas; são levantadas pelos sacerdotes no altar e os fiéis
acenam para elas; são colocadas em redomas nas praças ou em grutas; em muitas
casas as imagens são iluminadas continuamente; muitos carregam a imagem em
pulseiras, colares, fitas, ou guardam-nas
no ambiente de trabalho; ao passar pela imagem, muitos inclinam o corpo ou
tiram o chapéu, etc. Pergunta-se o
seguinte: se essas práticas não constituem
adoração e idolatria, o que mais deveria ser feito, qual prática deveria
ser adicionada às já existentes, o que os fiéis romanistas deveriam fazer além
de tudo que fazem para então se configurar
uma adoração e uma idolatria? O
que mais deveriam fazer?
Outras referências (Os
destaques são meus)
“Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis
imagem de escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra para
inclinar-vos diante dela. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 26.1).
“No dia em que o Senhor vosso Deus falou convosco em
Horebe, do meio do fogo, não vistes figura nenhuma. Portanto, guardai com
diligência as vossas almas, para que não vos corrompais, fazendo um ídolo, UMA
IMAGEM DE QUALQUER TIPO, FIGURA DE HOMEM OU DE MULHER...” (Deuteronômio
4.15-16).
“As imagens de escultura de seus deuses queimarás no
fogo. Não cobiçarás a prata nem o ouro que haja nelas, nem os tomarás para ti,
para que não sejas iludido, pois É ABOMINAÇÃO AO SENHOR, TEU DEUS”
(Deuteronômio 7.25).
“As suas imagens de fundição são vento e nada” (Isaías
41.29b)
“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome! A minha glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às
imagens de escultura” (Isaías 42.8)
“Todo homem se embruteceu e não tem ciência;
envergonha-se todo fundidor da sua imagem de escultura, porque sua imagem
fundida é mentira, e não há espírito nela” (Jeremias 10.14).
“Arrancarei do meio de ti as tuas imagens de escultura e
as tuas estátuas; e tu não te inclinarás mais diante da OBRA DAS TUAS MÃOS”
(Miquéias 5.13).
“Também está cheia de ídolos a sua terra; inclinaram-se
perante a OBRA DAS SUAS MÃOS, diante daquilo que fabricaram os seus dedos”
(Isaías 2.8).
“Nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens
de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar” (Isaías
45.20).
“Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe
apraz. Os ídolos deles são prata e ouro, OBRA DAS MÃOS DOS HOMENS. Têm boca,
mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm,
mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som
algum sai da sua garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos
os que neles confiam” (Salmos 115.3-8).
“Eles trocam a verdade de Deus pela mentira e ADORAM E
SERVEM O QUE DEUS CRIOU, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que
deve ser louvado para sempre. Amém”
(Romanos 1.25). Anjos e
espíritos humanos são criaturas de Deus.
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 João 5.21).
A proibição divina abrange:
7)
"Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo"
(Lucas 1.28).
Diz a Tradição: “Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de "Imaculada Conceição" quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta - por graça divina - do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de "cheia de graça". Pois, onde existe esta "graça transbordante" não pode coexistir o pecado” (Extraído de um site de apologética católica).
Contestação - Somente nas traduções católicas romanas lê-se “Salve, cheia de graça”, para Lucas 1.28. A interpretação mais correta é “Salve, muito favorecida” ou “Salve agraciada”. Maria “achou graça diante de Deus” (Lucas 1.30). É bom lembrar que a graça de Deus se derrama sobre todos os santos – os salvos em Cristo - de forma abundante: “Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça...” (2 Coríntios 9.8), porque “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo” (Efésios 4.7). “Porém, onde abundou o pecado, a graça transbordou” (Romanos 5.20).
A santa Maria não possui graça em si mesma. A graça foi trazida por Jesus (Jo 1.17; Rm 3.24; Tt 2.11). Ela é digna do nosso respeito, sim, mas somente o Filho é digno da nossa adoração. Maria não entendeu que a saudação do anjo a colocaria na situação de IMACULADA, como pensam os romanistas. Por isso, na sua humildade ela clamou por salvação, assim: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, MEU SALVADOR, porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada” [feliz] (Lucas 1.46-48).
Contestação – Se a Palavra diz que só há um Mediador é porque só há um Mediador. A afirmação exclui a possibilidade de haver outros mediadores. Os exemplos citados se referem a vivos intercedendo por vivos, e não vivos pedindo a intercessão de pessoas falecidas. Este procedimento mais se apropria ao espiritismo.
A proibição divina abrange:
a) Qualquer coisa (estátua, imagem, ídolo, presépio)
produzida por mãos humanas para ser objeto de veneração, adoração, culto ou
louvor.
b) Imagens de toda a
criação de Deus (anjos, pessoas,
espíritos humanos, corpos celestes, animais) com o mesmo objetivo.
c) Imagens de qualquer uma das três Pessoas da
Trindade.
Estão, portanto, em desacordo com o Segundo Mandamento
cultos de louvor, adoração, homenagem ou veneração prestados às imagens
representativas de pessoas falecidas, qualquer que tenha sido o grau de
santidade que tenham alcançado na vida terrena.
OS ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
A seguir, analisemos alguns dos argumentos dos que
defendem o culto a Maria e os títulos a
ela atribuídos.
1) “Todas as gerações me chamarão bem-aventuradas”
(Lucas 1.48). Esta declaração é apresentada como justificativa ao culto a ela
prestado.
Contestação – Segundo o Dicionário Aurélio, “bem-aventurado”
quer dizer muito feliz. É também a situação
“daquele que, depois da morte, desfruta da felicidade celestial e
eterna”. É sinônimo de santo. Jesus
chamou de bem-aventurados os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os
que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os
pacificadores, e os que sofrem perseguição por causa da justiça (Mateus 5.3-10). Em Salmos 112.1, lemos:
“Bem-aventurado o homem que tema ao Senhor, em seus mandamentos tem grande
prazer”. Em Apocalipse 20.6: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na
primeira ressurreição”. Jesus disse:
“bem-aventurado és tu, Simão Barjonas [Pedro], pois não foi carne e sangue quem
to revelou, mas meu Pai que está nos céus” (Mateus 16.17). Outras referências:
Salmos 1.1; 2.12; 32.1; 106.3; 119.1; 146.5; Mateus 24.46; Apocalipse
22.7. Como se vê, bem-aventurados somos
todos nós que seguimos a Jesus. Todavia,
tal felicidade não nos confere o direito de sermos adorados ou cultuados, quer
em vida, quer na morte. A
bem-aventurança que asseguramos em vida, pela aceitação do senhorio de Jesus,
se estende por toda a eternidade. O fato de a santa Maria haver sido chamada de
bem-aventurada não significa uma doutrina, mandamento ou ensino para lhe
prestarmos culto. Note-se que Isabel, sua prima, declarou que Maria era
“bendita entre as mulheres” (Lucas 1.48), e não “bendita acima das
mulheres”.
2) “Fazei
tudo o que ele vos disser” (João 2.5). Esta palavra de Maria tem sido muito usada pelos
romanistas para justificar a crença da intermediação entre Maria e Jesus. A
partir daí, ensinam que o Filho jamais negará um pedido de sua mãe.
Contestação – Não vejo aí nenhum motivo para colocar Maria na
posição de mediadora a quem Jesus atenderá sempre. Se a declaração fosse de
Jesus, ordenando que os serviçais obedecessem à sua mãe, até que poderíamos
refletir melhor. Mas não foi assim.
Maria, vendo que Jesus estava disposto a operar o milagre da
transformação da água em vinho, disse aos empregados que seguissem à risca suas instruções. Só
isso e nada mais do que isso. Se o
desejo é espiritualizar a fala de Maria e trazê-la para os dias atuais, nada
melhor do que obedecermos a vontade de Jesus, que disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás,
e só a ele servirás”. (Mateus 4.10). Logo, por este mandamento, Maria está
excluída de qualquer espécie de adoração e culto. Portanto, atendendo a Maria, façamos o que
Jesus ordenou.
Observemos também que a santa Maria, ao transferir o
problema para Jesus, mostrou-se incapacitada de operar qualquer milagre. A “Mãe
de Deus” não teria poderes para transformar água em vinho? Naquela época ela
ainda não era mãe de Deus? Só passou a
sê-lo após sua morte?
3) Maria é a nossa mãe espiritual, porque Jesus a
entregou aos cuidados de João.
Contestação – Jesus, já prestes a falecer, disse à sua
mãe: Mulher, eis aí o teu filho”. E ao
discípulo a quem amava, disse: “Eis aí tua mãe”. “E desde aquela hora o
discípulo a recebeu em sua casa” (João 19.26-27). Em resumo, Jesus entregou sua
mãe aos cuidados do querido discípulo João.
Jesus deu exemplo de amor filial, lembrando-se de sua mãe num momento de
grande agonia. A intenção dele não foi elevar sua mãe à posição de mãe
espiritual da humanidade. Desejou apenas
que ela não ficasse desamparada na sua velhice. Se agiu assim, havia motivos para que o amparo de sua mãe
não ficasse confiado apenas aos seus
irmãos mais jovens (Mateus 13.55-56).
4) Maria é mãe de Deus porque Jesus é Deus e ela é
mãe de Jesus
Contestação – Se válido esse raciocínio, poderíamos afirmar que
Deus é filho de criação ou filho adotivo de José. Ou José seria padrasto de Deus? Maria foi um instrumento usado por Deus, na
consecução do Seu plano de salvação para o homem. Nessa concepção, ela foi mãe
do Jesus homem, mas nunca o foi do Verbo Eterno, do Deus Filho. Como Pessoa da Trindade, Jesus sempre
existiu. Veja. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (João 1.1,14). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
enviou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (João 3.16). “Porque Deus ENVIOU seu Filho ao mundo, não
para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3.17). Esses versículos falam da
divindade de Jesus e, claro, da Sua eternidade.
O Verbo que é Deus não se originou em Maria, mas em Maria se fez carne.
A criatura não pode ser mãe do Criador, do Senhor e Juiz dos vivos e dos
mortos. O finito não pode gerar o infinito. Aquela que foi criada não pode
gerar o incriado.
5) Maria, na qualidade de mãe de Jesus, é
co-redentora
Contestação – A palavra de Deus não eleva Maria à condição de
igualdade com o nosso Salvador. O
Redentor é Jesus,e como tal Ele foi esperado: E virá um redentor a Sião e aos
que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Isaías 59.20).Não se lê que paralelamente
viria uma Redentora ou uma ajudante-do-Redentor ou uma co-Redentora. A santa Maria não recebeu a mesma missão de
Jesus, tal como definido em Lucas 4.18 e Isaías 61.1-2. Ademais, Maria não
poderia ser salvadora e ao mesmo tempo precisar de salvação. Leiam mais uma
vez: “Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito
se alegra em Deus, MEU SALVADOR, porque atentou na humildade de sua SERVA...”
(Lucas 1.46-48, com realce de minha parte).
Já o nosso Salvador Jesus Cristo nunca se dirigiu ao Pai declarando-se
necessitado de salvação. Quando a santa Maria fez esta oração, com plena
convicção e segurança, ela igualou-se a todos os homens e mulheres herdeiros da
natureza pecaminosa originada na desobediência de Adão e Eva. Nivelou-se a
todos os mortais. Jesus não pensava diferente. Quando alguém lhe disse que sua
mãe e seus irmãos “estão lá fora e querem falar-te”, Ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são
meus irmãos? E, estendendo a mão para os
discípulos, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que
fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”
(Mateus 12.47-50). Em Lucas 8.21, a resposta de Jesus está assim: “Minha mãe e
meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam” (veja também
Marcos 3.35). Somente são membros da família de Deus os que ouvem e obedecem a
Palavra de Deus. Jesus ressaltou aqui a necessidade de fé obediente,
necessidade esta a que estavam sujeitos, também, sua mãe e seus irmãos. “Quando
recebeu o recado do lado de fora, Jesus respondeu de uma maneira que não
desprestigia, nem por um momento, a santidade das relações familiares. Ele
asseverou que os laços que unem espiritualmente a família de Deus são mais
seguros e mais preciosos,pois se baseiam na obediência à vontade divina” (O
Novo Comentário da Bíblia, 1990, Edições Vida Nova). A Trindade é soberana, auto-suficiente, onipresente,
onisciente, onipotente, imutável e eterna Não precisa, portanto, do auxílio de
santos falecidos para executar seu plano de redenção. Na história contada por Jesus, conforme Lucas
16.19-31, os santos Lázaro e Abraão não se sentiram em condições de prestarem
qualquer assistência aos irmãos do rico, que estava em tormentos. Abraão
não acenou nem com a hipótese interceder
por eles, mas indicou o caminho mais seguro: ouvir a Palavra de Deus. Ouvir e obedecer. Obedecer e permanecer.
6) Veneramos a imagem de Maria como alguém que
venera os retratos de familiares falecidos.
Contestação – Esse argumento é um dos mais ingênuos. Ninguém em
sã consciência adota os seguintes procedimentos com relação às fotografias de
seus familiares falecidos: não as carrega em procissão; não canta louvores
diante delas; não se ajoelha aos seus pés,nem na sua presença faz inclinação
com o corpo em sinal de reverência;
não faz qualquer pedido a esses mortos, salvo se numa sessão espírita;
não usa essas fotos como amuletos, para alcançar algum benefício espiritual ou
material. Por isso, o uso que fazemos dos retratos de entes queridos é
completamente diferente do uso que os católicos fazem das imagens dos
santos.
Diz a Tradição: “Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de "Imaculada Conceição" quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta - por graça divina - do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de "cheia de graça". Pois, onde existe esta "graça transbordante" não pode coexistir o pecado” (Extraído de um site de apologética católica).
Contestação - Somente nas traduções católicas romanas lê-se “Salve, cheia de graça”, para Lucas 1.28. A interpretação mais correta é “Salve, muito favorecida” ou “Salve agraciada”. Maria “achou graça diante de Deus” (Lucas 1.30). É bom lembrar que a graça de Deus se derrama sobre todos os santos – os salvos em Cristo - de forma abundante: “Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça...” (2 Coríntios 9.8), porque “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo” (Efésios 4.7). “Porém, onde abundou o pecado, a graça transbordou” (Romanos 5.20).
A santa Maria não possui graça em si mesma. A graça foi trazida por Jesus (Jo 1.17; Rm 3.24; Tt 2.11). Ela é digna do nosso respeito, sim, mas somente o Filho é digno da nossa adoração. Maria não entendeu que a saudação do anjo a colocaria na situação de IMACULADA, como pensam os romanistas. Por isso, na sua humildade ela clamou por salvação, assim: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, MEU SALVADOR, porque atentou na humildade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada” [feliz] (Lucas 1.46-48).
8 – Por que os católicos cultuam Maria e os Santos, quando está escrito
que Jesus é o único Mediador?
Diz a Tradição: “Realmente,
São Paulo afirma em sua primeira epístola a Timóteo (2.5), que "há um só
Deus e há um só mediador entre Deus e os homens que é Jesus Cristo". Essa
afirmação não exclui que possa haver outros mediadores secundários, pois o
próprio Apóstolo dos Gentios é o primeiro a pedir a intercessão de outros junto
a Deus. Assim, diz aos romanos: "Rogo-vos, pois, irmãos, por Nosso Senhor
Jesus Cristo, e pelo amor do Espírito Santo, que me ajudeis com as vossas
orações por mim a Deus" (Rm 15.30).Contestação – Se a Palavra diz que só há um Mediador é porque só há um Mediador. A afirmação exclui a possibilidade de haver outros mediadores. Os exemplos citados se referem a vivos intercedendo por vivos, e não vivos pedindo a intercessão de pessoas falecidas. Este procedimento mais se apropria ao espiritismo.
9 - “Com
relação à expressão "Filho primogênito",
cumpre ressaltar, diz a Tradição, que
entre os orientais (até mesmo hoje em dia em vários países) o primeiro
filho nascido de um matrimônio tinha uma ascendência moral sobre todos os
outros irmãos e irmãs que viessem a nascer. Assim se ressaltava que era o
primogênito, ainda que ele viesse a ser o filho único. Por isso
vê-se aparecer freqüentemente nas Sagradas Escrituras a expressão
"primogênito": "todo o primogênito do sexo masculino será
meu" (Ex 34, 19-20); "Resgatarás o primogênito dos teus filhos: e não
aparecerás na minha presença com as mãos vazias" (Num 18,
15). A expressão "filho primogênito" em São Lucas é entendida
assim, e o foi pela Tradição oral durante quase um milênio e meio, até
surgir Lutero, que "descobriu" esse detalhe para tentar
"provar" que Maria não permaneceu virgem”.
Contestação - A questão do filho primogênito. O
dicionário Aurélio diz. “Primogênito: Que ou aquele que foi gerado antes dos
outros. Que ou o que é o filho mais velho”. Vejamos os exemplos bíblicos: (a)
Gn 27.19: “Jacó disse: eu sou Esaú, teu primogênito”. A palavra aqui está no
sentido próprio, como aquele que nasceu em primeiro lugar, o primeiro dentre
outros. (b) Êx 22.29: “O primogênito de teus filhos me darás”. Ou seja: o primeiro dos filhos (veja Ex
34.20); (c) Nm 3.40: “Conta todo primogênito varão dos filhos de Israel”; (d) 1
Rs 16.34: “Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; morrendo Abirão,
seu primogênito, a fundou: e, morrendo Segupe, seu último, pôs as suas portas”. Segupe foi o filho mais novo
de Hiel, e Abirão, o primogênito, ou seja, o primeiro. (e) Rm 8.29: ... “o
primogênito entre muitos irmãos”. Não se pode aludir, então, que a Bíblia
quando fala em PRIMOGÊNITO está falando de filho único. O primogênito pode ser o único, se não vierem
outros, mas no caso de Maria, não foi assim. A Bíblia registra que Jesus teve
outros irmãos. Logo, acertadamente o evangelista Lucas registrou: “E deu à luz
o seu filho PRIMOGÊNITO...”. Quando este evangelho foi escrito (60-63 d.C.)
Maria já havia dado à luz outros filhos
(Mt 13.55-56).
“No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a Assunção de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse descreve que esta mulher "estava grávida e (...) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações..." (Ap 12.2,5). Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? (cf. Is 7.14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve "grávida" de Jesus Cristo! Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a sustenta. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito: "O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12.13 ). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente, Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou "o menino" prometido (cf. Is 9.5). Diz ainda a Sagrada Escritura que: "(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (...) para lhe devorar o Filho (...) A Mulher fugiu para o deserto, onde (...) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias" (AP 12.4, 6). De fato, o demônio maquinou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto (Egito). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias (três anos e meio). Ou seja, do ano7 AC ,
ano do nascimento de Jesus, conforme atualmente se acredita, até março-abril do
ano 4 AC ,
ano da morte de Herodes. Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais
foi sustentada pela Providência...”
Em outras palavras, os exegetas católicos, que trabalharam na edição da referida Bíblia, reconheceram o óbvio, ou seja, que até o nascimento de Jesus, José e Maria não se “conheceram”. Todavia, dizem bem quando entendem que a Tradição “supõe”, isto é, o dogma da perpétua virgindade de Maria é uma suposição, não uma realidade bíblica. O comentário acima coloca por terra argumentos outros não oficiais, segundo os quais José não conheceu sua esposa nem antes nem depois do nascimento de Jesus.
Outro comentário: “Enquanto (ou até que): esta palavra portuguesa traduz o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão calcados sobre a expressão hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior a esse limite sem nada dizer do tempo posterior, cf. Gn 8.7;Sl 109.1; Mt 12.20; 1 Tm 4.13. A tradução exata seria: “sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz...”, pois a nossa expressão “sem que” tem o mesmo valor” (Bíblia [católica] Sagrada).
O que a Bíblia acima está dizendo em seus comentários é que o “ATÉ” não foi ALÉM do nascimento de Jesus, ou seja, enquanto grávida e até dar à luz não houve “conhecimento” mútuo do casal.
Sexto - O que diz a Igreja Católica sobre o Matrimônio?
a) “Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos e a sexualidade é fonte de alegria e prazer”? (Catecismo da Igreja Católica, p. 612, # 2362). Por que com Maria seria diferente?
b) “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos cônjuges e a transmissão da vida”, pois que “esses dois significados ou valores do casamento não podem ser separados sem alterar a vida espiritual do casal” (C.I.C. p. 612, # 2363). Por que com o casal José e Maria seria diferente? Esses “valores” não diziam respeito também a eles?
c) “A sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”? (C.I.C., p. 615, # 2373). Por que Maria não podia ter muitos filhos?
d) “Exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca e abre-se à fecundidade”? (C.I.C. p. 449 #1643). Por que doação recíproca e fecundidade deveriam ficar fora do casamento de José e Maria?
e) “O instinto do Matrimônio e o amor dos esposos estão, por sua índole natural, ordenados à procriação e à educação dos filhos... e por causa dessas coisas são como que coroados de sua maior glória”? Se “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos próprios pais... pois “Deus mesmo disse: “Crescei e Multiplicai” (Gn 2.18)” (C.I.C. p.452 #1652). José e Maria não deveriam crescer e multiplicar? Eles não tinham essa índole natural à procriação?
f) “A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a mulher,e no casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal de um penhor de comunhão espiritual”? (C.I.C., p.611 #2360). Por que eles não podiam?
Além das considerações sobre o matrimônio, acima registradas, expendidas pela Igreja Católica, o apóstolo Paulo adverte que “Por causa da prostituição cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”; “a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido”; e que “não vos defraudeis [negar relação íntima] um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; mas que “depois ajuntai-vos outra vez para que Satanás não vos tente por causa da incontinência [ausência de relações sexuais]”, (1 Coríntios 7.2-5). A abstinência do casal José e Maria não estaria fora dos propósitos de Deus?
10 - "Apareceu em seguida um grande sinal no
céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma
coroa de doze estrelas" (Ap 12.1)
Extraímos
os seguintes comentários de uma página de apologética católica: “No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a Assunção de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse descreve que esta mulher "estava grávida e (...) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações..." (Ap 12.2,5). Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? (cf. Is 7.14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve "grávida" de Jesus Cristo! Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a sustenta. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito: "O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12.13 ). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente, Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou "o menino" prometido (cf. Is 9.5). Diz ainda a Sagrada Escritura que: "(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (...) para lhe devorar o Filho (...) A Mulher fugiu para o deserto, onde (...) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias" (AP 12.4, 6). De fato, o demônio maquinou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto (Egito). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias (três anos e meio). Ou seja, do ano
Contestação –
Vejamos o que diz a palavra oficial da Igreja Católica, contrapondo-se ao que
acima foi dito:
1) “A cena corresponde a Gn 3.15-16. A mulher dá a luz na dor (v.2) aquele que
será o Messias (v.5). Ela é tentada por Satanás (v.9; cf. 20.2) que a persegue,
bem como a sua descendência (vv. 6,13,17). ELA REPRESENTA O POVO SANTO dos tempos messiânicos (Is 54;60;66.7; Mq
4.9-10) e portanto a Igreja em luta. É possível que João pense também em Maria,
a nova Eva, a filha de Sião, que deu nascimento ao Messias (cf.Jo 19.25+)”.
(Realce acrescentado. Comentários de A Bíblia [católica] de Jerusalém, Soc.
Bíblica Católica Internacional e Paulus).
2) “Uma
mulher: NÃO É O SÍMBOLO DA SS. VIRGEM, mas sim o do Povo de Deus, primeiro
Israel, que deu ao mundo Jesus Cristo segundo a carne e depois o “Israel de
Deus”, i.e. a Igreja que enfrentaria as perseguições do Dragão. O sol, a lua e
as estrelas são apenas figuras para expressar seu esplendor. POR ACOMODAÇÃO A
IGREJA APLICA ESTE V. À SS. VIRGEM”
(Realce acrescentado. Comentários da Bíblia [católica] Sagrada, tradução
do padre Antonio Pereira de Figueiredo, com notas do Monsenhor José Alberto L.
de Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, 1964).
Comentários – 1) A contestação aos argumentos iniciais é dada pela própria
Igreja Católica. Ou o Vaticano mudou de
idéia e agora admite que Maria é a “mulher revestida de sol”, ou está havendo
um descompasso entre o que essa Igreja ensina e o que seus fiéis aprendem. Ao final dos comentários 1 e 2 acima, nota-se uma tentativa de forçar uma
interpretação que reforce a justificativa do culto a Maria. As
expressões “é possível
que João pense”
e “por
acomodação a Igreja” estão fora de sintonia
com o restante do enunciado, onde lemos a afirmação categórica de que a
“mulher” de Apocalipse 12 nada tem a ver com a santa Maria.
2) Em linhas gerais, a palavra oficial da Igreja Católica não difere da dos
evangélicos. Vejam: “Esta mulher [de Ap
12.1] simboliza os fiéis de Israel, através dos quais o Messias (i.e., o menino
Jesus, vv.2,4,5) veio ao mundo (cf. Rm 9.5). Isso é indicado não somente pelo
nascimento do menino, mas também pela referência ao sol e à lua (ver Gn
37.9-11) e às doze estrelas, que naturalmente se referem às doze tribos de
Israel”. “Ap 12.6 A mulher fugiu – Aqui,
a mulher simboliza os fiéis de Israel na última parte da tribulação (cf.os 1260
dias, metade exata do período da tribulação). Durante a tribulação, esses fiéis
de Israel, judeus tementes a Deus, opor-se-ão à religião do Anticristo.
Examinando com sinceridade as Escrituras, eles aceitam a verdade de que Jesus
Cristo é o Messias (Dt 4.30,31; Zc 13.8,9). São socorridos por Deus durante os
últimos três anos e meio da tribulação, e Satanás não poderá vencê-los (ver
vv.13-16, de Ap 12). Quem de Israel aceitar a religião do Anticristo e rejeitar
a verdade bíblica do Messias será julgado e destruído nos dias da grande
tribulação (ver Is 10.21-23;Ez 11.17-21; 20.34-38; Zc 13.8,9)” (Bíblia de
Estudo Pentecostal, João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida, 1995).
OS IRMÃOS DE JESUS
Os “irmãos de
Jesus”, de que fala a Bíblia, seriam apenas seus primos? José continuou sem conhecer sua esposa mesmo
depois do nascimento de Jesus? O que dizem os comentaristas nas bíblias
aprovadas pela Igreja Católica? É admissível supor que os irmãos de Jesus, que
não criam nele, fossem seus apóstolos?
Tentaremos encontrar respostas para essas indagações. Usaremos as seguintes versões bíblicas:
(a) A BÍBLIA DE
JERUSALÉM, Paulus Editora, 1973, 8a impressão em janeiro/2000,
rubricada em 1.11.1980 por Paulo
Evaristo Arns, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. O trabalho de tradução foi “realizado por uma
equipe de exegetas católicos e protestantes e por um grupo de revisores
literários”. Nas referências, será assim mencionada: Bíblia de Jerusalém.
(b) BÍBLIA SAGRADA,
Edição Ecumênica, tradução do padre Antônio Pereira de Figueiredo; notas e
dicionário prático pelo Monsenhor José Alberto L. de Castro Pinto, Bispo
Auxiliar do Rio de Janeiro; edição aprovada pelo cardeal D. Jaime de Barros
Câmara, Arcebispo do Rio de Janeiro; BARSA, 1964. Nas referências, será designada assim: Bíblia
[católica] Sagrada.
(c) BÍBLIA
APOLOGÉTICA, João Ferreira de Almeida, Corrigida e Revisada, ICP Editora, 2000,
notas do Instituto Cristão de Pesquisas. Será assim indicada: Bíblia
Apologética.
(d) BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Almeida,
revista e corrigida, Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), 1995.
será referida: Bíblia de Estudo Pentecostal.
Inicialmente,
veremos os versículos que falam dos “irmãos de Jesus”, extraídos da Bíblia
[católica] de Jerusalém:
“Não é ele o filho
do carpinteiro? E não se chama a mãe dele Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs
não vivem todas entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas? E se escandalizavam dele. Mas Jesus lhes
disse: “Não há profeta sem honra, exceto em sua pátria e em sua casa” (Mateus
13.55-58; Marcos 6.3-6).
“Estando ainda a
falar às multidões, sua mãe e seus irmãos estavam fora, procurando falar-lhe.
Jesus respondeu àquele que o avisou: “Quem é minha mãe e quem são meus
irmãos?” E apontando para os discípulos
com a mão, disse: “Aqui estão a minha
mãe e os meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos
Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.
(Mateus 12.46-50; Marcos 3.32-35; Lucas 8.19-21).
“Depois disso,
desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos
e seus discípulos, e ali ficaram apenas alguns dias”. (João 2.12).
“Aproximava-se a
festa judaica das Tendas. Disseram-lhe, então, os seus irmãos: ‘Parte daqui e
vai para a Judéia, para que teus discípulos vejam as obras que fazes, pois
ninguém age às ocultas, quando quer ser publicamente conhecido. Já que fazes
tais coisas, manifesta-te ao mundo!’
Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele”(João 7.2-5).
“Tendo entrado na
cidade, subiram à sala superior, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João,
Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus;Tiago, filho de Alfeu, e
Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago [Em algumas versões: Judas, irmão de
Tiago].Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres,
entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (Atos
1.13-14-Almeida/RC-1995). Comentários da Bíblia de Jerusalém: “O apóstolo Judas
é distinto de Judas, irmão de Jesus (cf. Mt 13.55; Mc 6.3) e irmão de Tiago
(Judas 1). Não se deve também, parece, identificar o apóstolo Tiago, filho de
Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At 12.17; 15.13, etc)”.
“Não temos o
direito de levar conosco, nas viagens, uma mulher cristã, como os outros
apóstolos e os irmãos do Senhor e
Cefas?” (1 Coríntios 9.5).
“Em seguida, após
três anos, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e fiquei com ele quinze
dias.Não vi nenhum apóstolo, mas somente Tiago, o irmão do Senhor. Isto vos
escrevo e vos asseguro diante de Deus que não minto” (Gálatas 1.18-20).
Comentários da Bíblia de Jerusalém: “Outros traduzem: “a não ser Tiago”,
supondo que Tiago faça parte dos Doze e se identifique com o filho de Alfeu (Mt
10.3p), ou tomando “apóstolo” em sentido
lato (cf.Rm 1.1+)”.
A Igreja Católica
assim se manifestou em
seu Catecismo :
“A isto objeta-se
por vezes que a Escritura menciona irmãos e irmãs de Jesus. A Igreja sempre
entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: Com
efeito, Tiago e José, “irmãos de Jesus” (Mateus 13.55), são os filhos de uma
Maria discípula de Cristo (Mateus 27.56),
que significativamente é designada como “a outra Maria” (Mateus 28.1).
Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do
Antigo Testamento (Gênesis 13.8; 14.16; 29.15, etc.)” (Catecismo da Igreja Católica,
p. 141. # 500).
De uma página de
apologética católica na Internet colhemos a seguinte explicação
extra-oficial:
“São Lucas
esclarece que Tiago e Judas eram filhos de Alfeu ou Cléofas (Lucas 6.15-16).
Portanto o eram também José e Simão. Mas não Jesus, que sabemos era filho de
“José, o carpinteiro”. Portanto, não poderiam ser irmãos carnais. Por outro
lado, São Mateus dá o nome da mãe deles: “Entre as quais estava... Maria, mãe
de Tiago e de José” (Mateus 27.56). Não
se pode confundir esta Maria com sua homônima, esposa de José, o carpinteiro.
São João deixa bem clara essa distinção: “Junto à cruz de Jesus estava sua mãe
e a irmã (prima) de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas” (João 19.25), cuja filha
se chamava Maria Salomé. São as bem conhecidas “três Marias”. Aliás, atualmente
os protestantes mais cultos já nem levantam mais essa objeção”.
Vejamos agora quais
as “Marias” citadas nos evangelhos (Bíblia [católica] de Jerusalém):
Na crucificação
“Estavam ali muitas
mulheres, olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, a
servi-lo. Entre elas, Maria Madalena, Maria,
mãe de Tiago e de José, e a mãe
dos filhos de Zebedeu” (Mt 27.56).
“E também ali
estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas, Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé” (Mc 15.40). Comentário da
referida Bíblia: “Provavelmente, [Salomé] é a mesma que Mt 27.56 denomina a mãe
dos filhos de Zebedeu”.
“Perto da cruz de
Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e
Maria Madalena” (Jo 19.25). Comentários
da referida Bíblia, referindo-se “a irmã de sua mãe”: “Ou se trata de Salomé,
mãe dos filhos de Zebedeu (cf. Mt 27.56p) ou, ligando essa denominação ao que
se segue, “Maria, mulher de Clopas”.
Na ressurreição
“Após o sábado, ao
raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ver o sepulcro” (Mt 28.1). Comentário da
referida Bíblia sobre a “outra Maria”: “Isto é, “Maria [mãe] de Tiago” (Mc 16.1; Lc 24.10; cf. Mt
27.56)”.
“Passado o sábado,
Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ir
ungi-lo” (Mc 16.1-2).
“Eram Maria
Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago”
(Lc 24.10),
Vejamos agora quais
os “Tiagos” citados nos evangelhos, conforme consta do Dicionário na parte
final da Bíblia [católica] Sagrada, item ”b” retro:
1. Tiago – “O Maior
(mais velho), filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São João Evangelista (Mt
4.21). era de Betsaida na Galiléia, pescador (Mc 1.19) e companheiro de São
Pedro como seus irmãos (Lc 5.10).”
2. Tiago - “O Menor (mais moço), filho de Alfeu ou
Cléofas (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25). Foi
chamado “irmão do Senhor” (Gl 1.19), no
sentido semita [relativo aos judeus] que
tem essa palavra que pode se aplicar aos primos e outros consangüíneos em linha colateral mais afastados, e até
mesmo aos simples conacionais. Tiago Menor era primo de Jesus por ser sobrinho
de S. José. N. Senhor apareceu-lhe uma semana depois da Ressurreição (1 Co
15.7). Foi o primeiro bispo de Jerusalém depois da dispersão dos
Apóstolos.O fato de
Paulo o ter procurado (Gl 1.19) e de ter ele feito o discurso final no Concílio
de Jerusalém parece provar isto (At 15.13) Foi morto no Templo por instigação
do sumo Sacerdote Anás II, tendo sido lançado de uma galeria e espancado até à
morte (62 depois de Cristo)”.
3. Epístola de
S. Tiago – “Uma das epístolas católicas atribuída a São Tiago, o menor...”
Vejamos agora quais
os “Judas” citados nos evangelhos, segundo Dicionário da Bíblia [católica]
Sagrada, item “b” retro:
1. Judas –
“Habitante de Damasco que hospedou S.Paulo (At 9.11)”.
2. Judas Iscariotes
– “O Apóstolo que traiu N. Senhor (Mt 10.4; Mc 3.19; Lc 6.16). Iscariot quer
dizer “homem de Cariot”, aldeia de Judá”.
3. Judas Tadeu –
“Um dos doze apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.16; Jo 14.22). É o irmão de
Tiago o Menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor (At 1.13); Mt 13.55; Mc 6.3)”.
4. Epístola de S.
Judas Tadeu – Um dos livros canônicos do Novo Testamento, classificado entre as
chamadas “Epístolas Católicas”.
A partir dessas
informações surgem algumas indagações:
Primeiro - Os apóstolos Tiago (o Menor) e Judas (Tadeu) são
os mesmos chamados de “irmãos de Jesus” em Mateus 13.55 e Marcos 6.3? Que dizem
as bíblias católicas retrocitadas?
O que vimos foram
interpretações discordantes. A Bíblia de Jerusalém diz nos comentários sobre
Atos 1.13 que “o apóstolo Judas é distinto de Judas, irmão de Jesus”, isto
é, não são a mesma pessoa, ou seja, o apóstolo Judas é uma pessoa e o irmão de
Jesus, com idêntico nome, é outra pessoa.
No mesmo passo, diz que o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, não é o mesmo
Tiago, irmão do Senhor. Reiterando a sua
posição, referida Bíblia afirma nos comentários sobre Gálatas 1-18-20: “Outros
traduzem: “a não ser Tiago”, supondo que Tiago faça parte dos Doze e se
identifique com o filho de Alfeu (Mt 10.3p), ou tomando “apóstolo” em sentido lato (cf. Rm 1.1+)”.
Por outro lado, a
Bíblia Sagrada, católica, como discriminada no início deste trabalho,
assume posição diferente. O dicionário
que compõe essa Bíblia diz que “Tiago, o Menor, filho de Alfeu ou Cléofas (Mt 19.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25), foi chamado “irmão do
Senhor”. Diz mais que “Tiago Menor era
primo de Jesus por ser sobrinho de
S.José”. Confirmando, diz que
“Judas Tadeu, um dos apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18...) é o irmão de Tiago, o
Menor, e “irmão”, isto é, primo do
Senhor (At 1.13; Mt 13.55; Mc 6.3)”. O descompasso é lamentável, a menos que se configure aí o
“livre-exame” – situação em que comentaristas ou exegetas católicos interpretam
livremente os textos bíblicos sem
guardar coerência com a cúpula do Vaticano.
No particular,
concordo plenamente com a Bíblia [católica] de Jerusalém. Os irmãos de Jesus
(Mt 13.55 e Mc 6.3, etc.), não foram apóstolos ou mesmo discípulos, pelo
seguinte:
a) Os irmãos de
Jesus não criam nEle. No registro de João 7.2-5 nota-se claramente essa
incredulidade. Entende-se, também, que Jesus evitou a companhia deles nesse
episódio (Jo 7.8-10). Ao dizerem “para que teus discípulos vejam as
obras que fazes” seus irmãos se
excluíram do rol dos seguidores de Jesus.
Ademais, Jesus não iria escolher para apóstolo alguém que não cria nEle.
b) A Bíblia estabelece
distinção entre ser discípulo e ser irmão de Jesus (Jo 2.12; At 1.13-14;
1 Co 9.5; Gl 1.18-20). Por exemplo, em certa ocasião Jesus estava com seus
discípulos em determinado local, e lá fora estavam sua mãe e seus irmãos (Mt
12.46-50; Mc 3.32-35; Lc 8.19-21).
Segundo - A tia de Jesus –
irmã de sua mãe Maria – era Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, ou era
Maria, mulher de Cléofas?
Vejamos mais uma vez o que relata João 19.25: “Perto
da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher
de Cléofas, e Maria Madalena”.
A frase como está
admite duas interpretações. A primeira é a de que “a irmã de sua mãe” é
uma pessoa, e Maria, mulher de Cléofas, outra.
A segunda hipótese é a de que o nome da tia de Jesus é Maria, a mulher de Cléofas. A Bíblia
[católica] de Jerusalém concorda comigo quando diz: “Ou se trata de Salomé, mãe
dos filhos de Zebedeu (Mt 27.56) ou, ligando essa denominação ao que se segue,
“Maria, mulher de Clopas”.
A Bíblia Sagrada, edição católica, afirma no seu “dicionário”
que:
“Maria de
Cléofas” é irmã da SS. Virgem Maria, i.e. sua prima, pois em hebraico a palavra
tem um sentido mais lato. Segundo uns seria a mãe de Tiago (o menor), José,
Simão e Judas Tadeu e esposa de Cléofas também chamado Alfeu (Mt 27.56; Mc
3.18; 6;3; 15.40). Segundo outros são duas pessoas com o mesmo nome, uma, irmã
de S. José, seria a esposa de Alfeu e mãe de Tiago Menor e José; e a outra
seria cunhada de S. José por ser casada com Cléofas, irmão de S. José, e seria
a mãe de Simão e Judas Tadeu. Como quer que seja, uma Maria de Cléofas e uma
Maria, mãe de Tiago, aparecem nos Evangelhos como tendo acompanhado o Senhor
até o Gólgota e preparado os aromas... (Jo 19.25; Lc 24.10; Mt 28.9)”.
Terceiro
- De quem seriam filhos os irmãos de Jesus?
Não eram
filhos de Zebedeu e de sua provável mulher Salomé, porque os filhos
destes eram João e Tiago (Mt 4.21). Ora, os irmãos de Jesus foram Tiago, José,
Simão e Judas, afora algumas irmãs (Mt 13.55-56, Mc 6.3). João está excluído
dessa relação. Além disso, os irmãos de Jesus não criam nEle (Jo 7.5). Logo,
João, apóstolo, não foi seu irmão.
Não eram filhos de Maria, mulher de Alfeu ou
Cléofas, cujo filho Tiago, o menor, foi apóstolo (Mt 10.3; Mc 15.40), e como
tal não poderia ser irmão de Jesus, porque estes não criam nEle (Jo 7.5).
Ademais, não consta que Tiago, José, Simão e Judas, irmãos do Senhor,
fossem filhos do referido casal.
A Bíblia [católica] de Jerusalém é de parecer
semelhante quando diz: “O apóstolo Judas é DISTINTO de Judas, irmão de Jesus
(cf. Mt 13.55; Mc 6.3) e irmão de Tiago (Judas 1). Não se deve também, parece,
IDENTIFICAR o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At
12.17; 15.13, etc)”. Realce acrescentado.
Contrapondo-se, a outra Bíblia, católica, diz que Judas, apóstolo, é o
irmão de Tiago o menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor (Mt 13.55; Mc
6.3). Ou seja, Tiago e Judas, eram ao
mesmo tempo irmãos (ou primos) e apóstolos.
Se os irmãos de Jesus não eram filhos de Zebedeu,
nem o eram de Alfeu, seria da tia de Jesus, não devidamente identificada em
João 19.25? Não pode ser porque essa tia de Jesus já foi devidamente
identificada pelo catolicismo, ao dizer que ou se chamava Salomé,mãe dos filhos
de Zebedeu, ou era Maria, mulher de Cléofas.
Vamos
agora ler o que dizem outros comentaristas a respeito dos irmãos de Jesus.
IRMÃOS DO SENHOR - “Aqueles de quem se fala em
Mateus 12.46 e 13.55, e outros lugares,como irmãos de Jesus, seriam filhos de
José e Maria? Segundo uma opinião que já
vem do segundo século pelo menos, esses “irmãos de Jesus” eram filhos de um
primeiro matrimônio de José. Mais tarde foram, por alguns críticos considerados
primos do nosso Salvador. Podem,
contudo, ter sido filhos de José e Maria.
Em todas as passagens, menos uma, em que esses irmãos de Jesus são
mencionados nos Evangelhos, acham-se associados com Maria. Se eram eles filhos
mais velhos de José, não seria então
Jesus o herdeiro do trono de Davi, segundo as nossas noções de primogenitura. Eles não acreditavam em Jesus no princípio da
Sua missão, e até, segundo parece (Jo 7.5), depois que os apóstolos foram
escolhidos; e por essa razão eles não puderam ser do número dos Doze, dos
quais, na verdade, eles particularmente se distinguem, quando num período
posterior são vistos na companhia deles (At 1.14). Não devem, portanto, ser
confundidos com os filhos de Alfeu, embora tenham os mesmos nomes. Além disso,
as palavras “filho” e “mãe”, sendo empregadas nesta passagem (Mt 13.55) no seu
natural e principal sentido, semelhantemente devem ser tomados os nomes “irmão”
e “irmã” , pelo menos, até ao ponto de
excluir o termo “primo”. O fato de terem os filhos de Alfeu, bem como
os irmãos do Senhor, os nomes de Tiago, José e Judas, nada prova, visto que
esses nomes eram muito vulgares nas famílias judaicas. Estranha-se que não
fossem lembrados estes irmãos, quando Jesus confiou a sua mãe aos cuidados de
João; mas isso explica-se pela razão de que a esse tempo ainda eles não criam
Nele. A conversão deles parece ter sido quando se realizou a aparição de Jesus
a Tiago, depois da Sua ressurreição (1
Co 15.7).” (Dicionário Bíblico Universal, pelo Rev Buckland, Editora Vida, 1993).
IRMÃOS DO SENHOR – “Relação de parentesco atribuída
a Tiago, José, Simão e Judas, Mt 13.55;Mc 6.3, que aparecem em companhia de
Maria, Mt 12.47-50; Mc 3.31-35; Lc 8.19-21, foram juntos para Cafarnaum no
princípio da vida pública de Jesus, Jo 2.12, mas não creram nele senão no fim
de sua carreira. Jo 7.4,5. Depois da ressurreição, eles se acham em companhia
dos discípulos, At 1.14, e mais tarde os seus nomes aparecem na lista dos
obreiros cristãos, 1 Co 9.5. Tiago, um
deles, salientou-se como líder na Igreja de Jerusalém, At 12.7; 15.13; Gl 1.19;
2.9, e foi autor da epístola que traz o seu nome. Em que sentido eram eles irmãos de
Jesus? Tem sido assunto de muitas
discussões. Nos tempos antigos,
julgava-se que eram filhos de José, do primeiro matrimônio. O seu nome não
aparece mais na história do evangelho. Sendo José mais velho que Maria é
provável que tivesse morrido logo e que tivesse casado antes. Esta opinião é razoável, mas em
face das narrativas de Mt 1.25 e Lc 2.7, não é provável. No quarto
século, S. Jerônimo deu outra explicação, dizendo que eram primos de Cristo,
pelo lado materno, filhos de Alfeu ou Cléofas com Maria, irmã da mãe de
Jesus. Esta explicação se infere, comparando Mc 15.40 com Jo 19.25, e a
identidade dos nomes Alfeu e Cléofas.
Segundo esta idéia, Tiago, filho de Alfeu, e talvez Simão e Judas,
contados entre os apóstolos, fossem irmãos de Jesus. Porém, os apóstolos se
distinguiam dos irmãos, estes nem ao menos criam nele, e não é provável que
duas irmãs tivessem o mesmo nome. Outra
idéia muito antiga é que eles eram primos de Jesus pelo lado paterno e outros ainda supõem que eram os filhos da
viúva do irmão de José, Dt 25.5-10. Todas estas opiniões ou teorias parecem ter
por fim sustentar a perpétua virgindade de Maria. O que parece mais razoável e mais natural é
que eles eram filhos de Maria depois de nascido Jesus.Que esta teve mais filhos
é claramente deduzido de Mt 1.25 e Lc 2.7 que explica a constante associação
dos irmãos do Senhor com Maria”
(Dicionário da Bíblia, John D. Davis,
21a Edição/2000,
Confederação Evangélica do Brasil).
SEUS IRMÃOS – “Não há razão para supor que estes
irmãos, tanto como as irmãs mencionadas
(Mt 13.55-56), não eram filhos de José e Maria” (O Novo Comentário da Bíblia, vol. II, Nova
Vida, 1990, 9a Edição).
IRMÃOS DO SENHOR
(Mateus 12.46-50) – “Por insistir na teoria
da virgindade perpétua de Maria, o Catolicismo Romano os levou a explicar erroneamente o
sentido da expressão irmãos. Assim, eles
acreditam que Jesus não tinha irmãos no verdadeiro sentido dessa palavra e o
grau de parentesco que ela exprime. No entanto, esse raciocínio não desfruta de
nenhum apoio escriturístico. A Bíblia é clara ao afirmar que Jesus tinha quatro
irmãos, além de várias irmãs (Mt
13.55,56; Mc 3.31-35; 6.3; Lc 8.19-21; Jo 2.12; 7.2-10; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl
1.19). A teoria desenvolvida pelos católicos romanos e por alguns protestantes,
que visa defender que Maria permaneceu virgem, é totalmente fútil. Esse
conceito só passou a fazer parte da teologia muitos séculos depois de
Jesus. Seu objetivo, é claro, era
exaltar Maria, criando, assim, a mariolaria”
(Bíblia Apologética, João F. Almeida, ICP Editora, 1a Edição,
2000).
Quarto - José
e Maria se “conheceram” após o nascimento de Jesus?
A nossa análise
terá como base o seguinte registro: “José, ao despertar do sono, agiu conforme
o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher.Mas não a conheceu
até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus”
(Mateus 1.24-25, Bíblia [católica] de Jerusalém).
A passagem acima
diz claramente que José, atendendo ao anjo, recebeu em sua casa a sua esposa
Maria, e foram viver como marido e mulher.
Está dito que Maria foi a mulher de José; que José não conheceu a sua
esposa enquanto ela estava grávida de Jesus; que Jesus nasceu de uma virgem,
porque José somente conheceu sua mulher – ou seja, teve relações com ela –
depois do nascimento de Jesus.
Católicos há que
contestam o que está escrito na Bíblia, e dizem que “nas Sagradas Escrituras a
expressão “até que” é empregada muitas vezes para indicar um tempo
indeterminado, e não para marcar algo que ainda não aconteceu”. Não iremos nos estender na refutação dessa
tese porque as duas bíblias de início citadas, aprovadas pelo catolicismo,
interpretam corretamente referido versículo, como a seguir:
“Mas [José] não a
conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho, e ele o chamou com o nome de
Jesus”: “O texto não considera o
período ulterior [depois do parto] e por si não afirma a
virgindade perpétua de Maria, mas o resto do Evangelho, bem como a
tradição da Igreja, a supõem” (Comentário da Bíblia [católica] de Jerusalém). Em outras palavras, os exegetas católicos, que trabalharam na edição da referida Bíblia, reconheceram o óbvio, ou seja, que até o nascimento de Jesus, José e Maria não se “conheceram”. Todavia, dizem bem quando entendem que a Tradição “supõe”, isto é, o dogma da perpétua virgindade de Maria é uma suposição, não uma realidade bíblica. O comentário acima coloca por terra argumentos outros não oficiais, segundo os quais José não conheceu sua esposa nem antes nem depois do nascimento de Jesus.
Outro comentário: “Enquanto (ou até que): esta palavra portuguesa traduz o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão calcados sobre a expressão hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior a esse limite sem nada dizer do tempo posterior, cf. Gn 8.7;Sl 109.1; Mt 12.20; 1 Tm 4.13. A tradução exata seria: “sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz...”, pois a nossa expressão “sem que” tem o mesmo valor” (Bíblia [católica] Sagrada).
O que a Bíblia acima está dizendo em seus comentários é que o “ATÉ” não foi ALÉM do nascimento de Jesus, ou seja, enquanto grávida e até dar à luz não houve “conhecimento” mútuo do casal.
Concordando com
as Bíblias Católicas, a Bíblia Apologética, usada pelos
evangélicos, assim esclarece: “Veja a
preposição “até” em qualquer concordância bíblica e ficará surpreso a respeito
do seu significado. Observe alguns exemplos: Levíticos 11.24-25: “E por estes
sereis imundos: qualquer que tocar os
seus cadáveres, imundo será ATÉ à tarde”. E depois da tarde, eles permaneceriam
imundos? Vejamos agora Apocalipse 20.3:
“E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não
mais engane as nações, ATÉ que os mil anos se acabem. E depois importa que seja
solto por um pouco tempo”. Assim, a relação existente antes do nascimento de
Jesus se modificou [como se modificou a situação de Satanás após os mil anos de
prisão], não a conheceu até que ela deu à luz. Essa passagem declara
que, depois do nascimento de Jesus, José Maria tiveram uma vida conjugal
normal, como qualquer outro casal. Nenhum autor do Novo Testamento ensina a
doutrina da virgindade perpétua de Maria. Se se tratasse de uma doutrina ou
ensinamento vital ou essencial como requer o catolicismo romano, certamente
Paulo e os outros discípulos teriam mencionado a respeito. Assim resta ao
catolicismo romano apegar-se à tradição, porque a Bíblia não aceita essa teoria
(Colossenses 2.8)”.
A expressão “não
coabitou com Maria ATÉ QUE nascesse Jesus” está muito clara. Ligada à fala do anjo
que disse a José que RECEBESSE Maria, sua mulher, ficou entendido que passado o
período da gravidez e do descanso depois do parto, José e Maria, marido e mulher, continuariam
uma vida a dois como todos os casais do mundo. Assim aconteceu, pois tiveram muitos filhos, conforme está em
Mateus 13.55-56. José e Maria
constituíram um casal muito feliz e
foram abençoados por Deus. E por ter filhos, por amar o seu esposo, por
ter sido mãe, Maria não pecou nem perdeu a sua santidade. Maternidade e
santidade podem caminhar juntas, sem que uma prejudique a outra. Sexo no casamento não é pecado.
Quinto - Houve
ordem divina para que José não
“conhecesse” sua mulher?
Se não havia a intenção formal nem de José nem de Maria
de viverem sem relações íntimas, embora residissem sob o mesmo teto, teria havido alguma ordem divina nesse
sentido? O leitor deverá ler
cuidadosamente Mateus 1.18-25 e Lucas
1.26-38 para verificar a inexistência de qualquer tipo de impedimento. A resposta de Maria ao anjo – “Como é que vai
ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1.34) - pode ser interpretada como um voto de
virgindade? A Bíblia [católica] de
Jerusalém, em seus comentários, responde: “A “virgem” Maria é apenas noiva
(v.27) e não tem relações conjugais
(sentido semítico de “conhecer”, cf. Gn 4.1; etc.). Esse fato, que
parece opor-se ao anúncio dos vv. 31-33, induz à explicação do v. 35. NADA NO
TEXTO IMPÔE A IDÉIA DE UM VOTO DE VIRGINDADE” (realce acrescentado). Sexto - O que diz a Igreja Católica sobre o Matrimônio?
a) “Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos e a sexualidade é fonte de alegria e prazer”? (Catecismo da Igreja Católica, p. 612, # 2362). Por que com Maria seria diferente?
b) “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos cônjuges e a transmissão da vida”, pois que “esses dois significados ou valores do casamento não podem ser separados sem alterar a vida espiritual do casal” (C.I.C. p. 612, # 2363). Por que com o casal José e Maria seria diferente? Esses “valores” não diziam respeito também a eles?
c) “A sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais”? (C.I.C., p. 615, # 2373). Por que Maria não podia ter muitos filhos?
d) “Exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca e abre-se à fecundidade”? (C.I.C. p. 449 #1643). Por que doação recíproca e fecundidade deveriam ficar fora do casamento de José e Maria?
e) “O instinto do Matrimônio e o amor dos esposos estão, por sua índole natural, ordenados à procriação e à educação dos filhos... e por causa dessas coisas são como que coroados de sua maior glória”? Se “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos próprios pais... pois “Deus mesmo disse: “Crescei e Multiplicai” (Gn 2.18)” (C.I.C. p.452 #1652). José e Maria não deveriam crescer e multiplicar? Eles não tinham essa índole natural à procriação?
f) “A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a mulher,e no casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal de um penhor de comunhão espiritual”? (C.I.C., p.611 #2360). Por que eles não podiam?
Além das considerações sobre o matrimônio, acima registradas, expendidas pela Igreja Católica, o apóstolo Paulo adverte que “Por causa da prostituição cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”; “a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido”; e que “não vos defraudeis [negar relação íntima] um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; mas que “depois ajuntai-vos outra vez para que Satanás não vos tente por causa da incontinência [ausência de relações sexuais]”, (1 Coríntios 7.2-5). A abstinência do casal José e Maria não estaria fora dos propósitos de Deus?
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
1) Lemos em João 2.12: “Desceu [Jesus] a Carfanaum, com sua
mãe, seus irmãos e seus discípulos. E ficaram ali muitos dias”. Não pode ser outro o entendimento: Jesus com
sua família, a mãe com seus filhos ficaram muitos dias naquela cidade. Não há como forçarmos uma interpretação que
nos levaria a pensar que Maria, não tendo filhos com José, resolvera criar seis
ou mais parentes. Vejam também a
distinção entre “discípulos” e “irmãos”.
2) Quando o termo ”irmãos e irmãs” é empregado em conjunto
com “pai” ou “mãe”, o sentido não pode
ser o de primos e primas, mas de irmãos
biológicos, filhos de um mesmo pai ou
mãe. Exemplo: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e
mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode
ser meu discípulo” (Lucas 14.26).
3) Vejamos quais as palavras usadas no grego – a língua original do Novo
Testamento – para designar IRMÃOS, IRMÃS, PARENTES, PRIMOS e SOBRINHOS,
conforme a Concordância Fiel do Novo
testamento, dois volumes, Editora Fiel, 1a Edição, 1994:
Adelphos – Usada
343 vezes para designar pessoas
que têm em comum pai e mãe, ou apenas
pai ou mãe; indicar duas pessoas que têm um ancestral comum ou que faz parte do
mesmo povo, ou membros da mesma religião. Com essa palavra são nomeados os
irmãos de Jesus (Mt 12.46-4813.55; Mc 6.3; Jo 2.12; 7.3,5,10; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19; Jd 1).
Adelphe -
O termo é traduzido 26 vezes como irmã,
indicando (poucas vezes) a participante de uma mesma fé, e (a maioria dos
casos) a filha de um mesmo pai ou mãe. Foi usado, por exemplo, para designar as
irmãs de Jesus (Mt 13.56; Mc 3.32; 6.3),
a irmã da mãe de Jesus (Jo 19.25), as irmãs de Lázaro, Marta e Maria (Jo
11.1,3,5,28,39).
Syngenis - Usado como o feminino de “parente” para indicar o parentesco de Maria, mãe de
Jesus, com Isabel: “Também Isabel, tua parenta...” (Lucas 1.36).
Syngenes
– Termo usado para designar pessoa consangüínea, da mesma família, ou da mesma
pátria (compatriota). Vejamos alguns dos 11 casos em que o termo foi usado:
“Um profeta só é
desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa” (Marcos
6.4). Nota: Quando se trata dos “irmãos
de Jesus”, o termo usado é “adelphos” ou “aldephe”.
“Isabel tua parenta
[ou prima] concebeu um filho em sua velhice...” (Lucas 1.36). Nota: Se Isabel
fosse irmã de Maria (filhas de pais comuns) o termo teria sido “adelphe”, de
igual modo como foi usado em João 19.25 para designar a irmã da santa Maria.
“... e
começaram a procurá-lo entre os parentes
e conhecidos” (Lucas 2.44).
“Sereis traídos até
por vosso pai e mãe, irmãos, parentes, amigos, e farão morrer pessoas do
vosso meio...” (Lucas 21.16). Nota:
Muito importante registrar que nesse versículo são usadas as palavras
“adelphos”, para irmãos, e “syngenes”, para parentes. Entende-se que o termo “adelphos”, quando
associado às palavras pai ou mãe tem o natural significado de filhos carnais.
Anepsios – Usada somente uma vez para identificar o
termo “primo”, na seguinte passagem:
“Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, PRIMO de
Barnabé...” (Colossenses 4.10, Bíblia [católica] de Jerusalém). Nota: Havia
portanto na linguagem grega palavras para identificar irmãos, primos e
parentes. Logo, se Tiago, José, Simão,
Judas e mais algumas mulheres (Mt 13.55-56; Mc 6.3) fossem parentes de Jesus, e
não filhos de Maria, a palavra grega mais correta seria “anepsios” ou “syngenes”.
4) Gostaria de chamar a atenção dos leitores para o que está em Atos
1.13-14: “Tendo chegado, subiram ao cenáculo, onde permaneciam. Os presentes eram Pedro e Tiago, João e
André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o
Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em
oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus
irmãos”.
Maria, as outras mulheres e os irmãos de Jesus eram pessoas distintas dos
apóstolos acima citados. Tiago e Judas, irmãos de Jesus, não estavam
incluídos naquela relação. Juntaram-se
aos apóstolos naquela ocasião.
Não me parece justo procurarmos outra
mãe para os irmãos de Jesus. A outra Maria, que pode ser a de Alfeu ou
Cléofas, era mãe de Tiago e de José. Vejam:
“Maria, mãe de
Tiago e de José” (Mt 27.56); “Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José” (Mc
15.40); “Maria, mãe de Tiago” (Lc 24.10);
“Tiago, filho de Alfeu” (Mt 10.3; Lc 6.15; At 1.13).
Ora, os irmãos de Jesus se chamavam Tiago, José, Simão e
Judas. O mesmo cuidado com o que os evangelistas Mateus e Marcos citaram os
nomes de todos os irmãos de Jesus, um por um, teria usado para descrever os
filhos dessa Maria. Entretanto, só foram
citados Tiago e José. E Simão, com quem fica? A Bíblia descreve a existência
das seguintes pessoas com esse nome:
Simão, irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Simão, chamado Pedro, apóstolo
(Mt 4.18; 10.3); Simão, o Zelote, apóstolo (Mt 10.4; Mc 3.18; Lc 6.15; At
1.13). Ainda há outros com o nome Simão, como por exemplo Simão Iscariotes, pai
de Judas, o traidor (Jo 6.71). A Bíblia
com muita propriedade identifica cada um com o detalhe do apelido ou do
parentesco. E Judas? A Bíblia diz que Judas, apóstolo, era filho
deTiago (Lc 6.16). Não há nenhum registro afirmando que a outra Maria ou Maria,
de Cléofas, tenha um filho com o nome de Judas. É quase certo que o autor da
Epístola de Judas seja o irmão do Senhor, como descrito em Mateus 13.55 e
Marcos 6.3, pelos seguintes motivos: 1) Ele não se apresenta como apóstolo de
Cristo, mas como “servo” e irmão de Tiago (Jd 1.1); 2) A sua exortação no v. 17
sugere que ele não fazia parte dos Doze.
Os dados levantados apontam para o entendimento de que Tiago, Simão, José
Judas, e mais algumas mulheres, eram realmente irmãos carnais de Jesus, filhos
de Maria e de José.
Autor: Pastor Airton
Evangelista da Costa
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